
Bom dia, governador Jatene.
Dirijo-me à V. Excia. para relatar sofrimento.
Sofrimento e insatisfações.
A questão envolve a agência do Detran, em Marabá.
O órgão, de uns anos prá cá, passou a simbolizar périplo de pagadores de promessa, tal a desordem e a falta de estrutura reinantes.
Só para vossa excelência ter ideia, existem cerca de 4 mil números de chassis da região aguardando a liberação da documentação de veículos – entre carros pequenos, grandes, motos e transferência de usados, desgraçadamente congelados nos arquivos digitais da burocracia preguiçosa do órgão.
Esse número acima me foi fornecido por um dos mais tarimbados despachantes de Marabá.
Governador, desde as cinco horas da manhã, isso de segunda a sexta, uma fila única de pessoas começa a se formar, na calçada do departamento de trânsito, alongando-se até o largo do Banco do Brasil, numa das mais desumanas e perturbadoras situações impostas à população do sul/sudeste, que se estende por todo o dia, sob sol causticante ou chuva.
Se passada fita de metragem, a fila atinge mais de 500 metros, em seu pico, di-a-ria-men-te.
São pessoas buscando renovar carteiras, registrando veículos comprados ou à busca de uma gama de outros serviços que só o Detran pode oferecer.
Para se obter o emplacamento de um carro, o tempo para a entregar da documentação chega a 40 dias.
Há casos de quase dois meses.
O mesmo ocorre para quem busca obtenção da primeira CNH ou a simples renovação.
Neste período, como exemplo, centenas de famílias que iam passar o carnaval em praias do litoral paraense, cancelaram a viagem, por falta de documentação.
Igual decepção já havia sido sentida pela população por ocasião do período natalino e festas de Ano Novo.
Milhares de pessoas não viajaram em seus carros por falta de documentação.
No Detran, governador, a explicação alegada para o demorado cumprimento de entrega dos serviços – ora é falta de papel do DUT (Documento Único de Transferência); ora é falta de tinta no cartucho da impressora e até o total desinteresse da sede central do órgão, na capital, em apressar o fim do cerco aos usuários do interior.
Em outras situações, nem explicação existe.
O que há, de concreto, estimado Jatene, é o crescimento de revolta da população em relação ao precário serviço ofertado.
E, no rastro dessa insatisfação, o desgaste recaindo no lombo do governador, abrindo espaço para estimular o uso sempre estratégico do discurso segundo o qual o “Sul do Pará é abandonado pelo governo do Estado”.
Desgaste perfeitamente desnecessário, caso a direção do Detran monitorasse essa grave problema de Marabá, priorizando solução.
O Detran de Marabá virou tema de galhofa nas redes sociais.
Governador, como vossa excelência bem sabe, o Detran de Marabá é um órgão que não atende apenas a população do município.
Ele é o principal centro de oferta de serviços de trânsito da região sul/sudeste que domicilia mais de 1,5 milhão de habitantes.
Na Folha 29, Núcleo Nova Marabá, há uma imensa área de propriedade do Detran, adquirida muitos anos atrás.
Não está passando a hora do Departamento de Trânsito construir uma sede à altura da grandeza de Marabá e das comunidades do entorno?
Governador, bem sei das preocupações do atual governo em priorizar a conclusão de obras em andamento, mas há situações nas quais não cabem improvisos quando o grau de insatisfação de uma comunidade atinge o limite do chamado “suportável”.
O Detran de Marabá é uma vergonha. Está sucateado.
Depõe contra todos os princípios do respeito à cidadania.
Desde já deixo claro que minha intenção não é, nem de longe, atribuir à vossa excelência a culpa pelo que vem ocorrendo aqui em Marabá.
Não!
Tenho certeza que a gravidade do vergonhoso modelo de atendimento do Detran de Marabá não chegou ao seu conhecimento com os traços de dramaticidade que o caso contém, e isso é o suficiente para o governo priorizar outras solucionáticas – como diria o pensador Dario, jogador de futebol que chegou a brilhar no Paysandu.
Mas o caso aqui é grave.
Tão grave que tomei a liberdade de abrir este post desejando um “Bom Dia” à vossa excelência, retratando sem frescuras a realidade do órgão mais xingado no Sul/Sudeste do Pará.
Governador, determine à vinda urgente a Marabá do diretor-geral do Detran, com recomendação, inclusive, para conhecer o imenso terreno que o órgão possui na cidade, abrindo o debate para a construção de uma nova sede.
Uma verdadeira sede.
O Detran bem poderia utilizar parte da grana que arrecada aqui na região investindo na modernização da sede regional, acabando de vez com essa espelunca que tanta irritação causa à aos seus usuários.
Um abraço respeitoso.
Hiroshi Bogéa
Evaldo Gaby Bichara Gantus
9 de fevereiro de 2016 - 14:12Caro Hiroshi, lendo, a matéria acima, aliás, um brilhante manifesto, reportando-se sobremaneira, de forma colaborativo a respeito, da inércia, mais que isso, da total inoperância produzida por um dos mais importantes órgão público estadual-Detran. Trazendo em seu bojo, a mais pura intenção de ajudar o governo do estado, sobre o qual todos sabemos, têm e vêm conduzindo uma gestão de construção do Pará. Imagino, ser um pouco suspeito de falar sobre o tema: porém, irei discorrer algumas linhas a respeito. Quando, tive a oportunidade de participar como gestor do mesmo, inclusive o atual prédio onde funciona o órgão, foi edificado sobre nossa gestão. De lá para cá, passaram-se, mais de duas décadas… muitas coisas mudaram, a nossa frota local quadruplicou, além, do que existe uma enorme demanda oriundas dos municípios do entorno de Marabá, que usam os serviços oferecidos. A nossa passagem, como diretor regional, foi demais gratificante, por ter tido o privilégio de ajudar a nossa região, deixamos o órgão prestando e oferecendo todos os serviços que lhes são atribuídos, quando inovamos: saímos do sistema convencional e implantamos a informatização nas Ciretrans da região, vale lembrar, que a nossa arrecadação deu um salto de qualidade, chegando a triplicar. Quero samar-me a você, no momento que o Governador Jatene, determinar, que seja feita uma visita pela superintendência do Detran, não somente na 3a circunscrição regional, como nas demais, tenho a convicção, de que o quadro tomará um outro rumo. Um forte abraço!
Evaldo Bichara
Manoel lima
7 de fevereiro de 2016 - 22:53Hiroshy.
Todos sabem que o Jatene, não quer nada com trabalho.
Geraldo pantoja
6 de fevereiro de 2016 - 22:22Amigo, o Jatene, não está nem aí, o desgoverno tem sérios problemas em todas as áreas, e o que se verifica e a omissão e a preguiça do governador.