Por Manuela Oliveira (FAPESPA) – Estão abertas as inscrições para a Chamada Expedições Científicas, com cerca de R$ 94 milhões para financiar pesquisas voltadas à expansão do conhecimento científico e da sociobiodiversidade da maior floresta tropical do mundo, informa a Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa). O aporte de recursos se deu com a inclusão de quatro agências estrangeiras, que passaram a integrar as Expedições Científicas: o British Council e o UK Research and Innovation (UKRI), ambas do Reino Unido; a Swiss National Science Foundation (SNSF), da Suíça, e o Centro Universitário da Baviera para América Latina (BAYLAT), da Alemanha.
Lançado pela Iniciativa Amazônia+10, o edital é uma parceria de 19 Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). As insrições estão abertas até 29 de abril de 2024. As propostas devem ser voltadas para expedições científicas multidisciplinares na Amazônia, por um período de até 36 meses, e o valor mínimo de cada projeto contemplado será de R$ 400 mil, não havendo limite máximo.
A Iniciativa Amazônia+10 apoia projetos de pesquisa em colaboração voltados à conservação da biodiversidade e adaptação às mudanças climáticas, à proteção de populações e comunidades tradicionais, aos desafios urbanos e à bioeconomia como política de desenvolvimento econômico na região.
O anúncio será feito em agosto de 2024. O resultado das propostas contempladas será divulgado na página eletrônica do CNPq, do Confap e de todas as FAPs participantes, e publicado, por extrato, no Diário Oficial da União.
O CNPq e as 19 Fundações de Amparo à Pesquisa estaduais envolvidas no edital disponibilizaram R$ 59,2 milhões para o financiamento de pesquisas voltadas à expansão do conhecimento científico da sociobiodiversidade, em áreas pouco conhecidas da Amazônia. Com os aportes financeiros das quatro agências internacionais – 30 mil euros, 5 milhões de libras esterlinas (sendo £ 4 milhões aportados pelo UKRI e £ 1 milhão pelo British Council) e 1 milhão de francos suíços –, as Expedições Científicas agora dispõem de um fundo total de aproximadamente R$ 94 milhões.
Patrimônio da Amazônia – Uma das diretrizes do edital é que o material coletado nas expedições seja catalogado e tombado em instituições amazônicas, como forma de preservação desse patrimônio. As universidades e os institutos de pesquisa locais terão um papel importante nessa fase do projeto. Na primeira chamada de propostas, lançada em junho de 2022, foram selecionados 39 projetos de pesquisa, dos quais 20 tiveram participação da Fapespa.
O edital também apoiará expedições voltadas a ampliar o conhecimento da diversidade sociocultural dos povos tradicionais da Amazônia. Serão financiadas pesquisas, por exemplo, sobre o patrimônio material e imaterial de povos ancestrais, indígenas e tradicionais, documentação de línguas indígenas e sistemas de conhecimento associados, e relação entre dinâmicas territoriais de povos tradicionais com o uso sustentável dos recursos naturais da floresta.
Dos quase R$ 94 milhões nesta chamada, R$ 30 milhões serão alocados pelo CNPq exclusivamente para pesquisadores com vínculo formal com alguma instituição localizada em um dos estados da Amazônia Legal, e R$ 3 milhões serão investidos pelo Governo do Pará, via Fapespa.
Desafio – Embora a Amazônia seja uma das maiores florestas do mundo, é também uma das menos conhecidas em termos biológicos. Sua extensão, diversidade e seus acessos limitados fazem com que a tarefa de documentar a biodiversidade seja extremamente desafiadora. O edital tenta preencher duas lacunas: uma geográfica e outra taxonômica, além de apoiar expedições voltadas a ampliar o conhecimento da diversidade sociocultural dos povos tradicionais da região.
“O Governo do Pará, por meio da Fapespa, atua em todas as áreas. E hoje, através da iniciativa Amazônia +10, já financiamos 19 projetos aqui no Pará, das mais diferentes áreas da bioeconomia. Hoje estamos com um edital lançado para Expedições Científicas, com parcerias com o CNPq e instituições internacionais, com aporte de R$ 94 milhões. Com isso, nós garantimos que as coleções científicas que vão ser geradas através dessas expedições sejam mantidas nas instituições da região. Isso é fundamental para garantir que o protagonismo da pesquisa se mantenha na região amazônica”, disse o diretor-presidente da Fapespa, Marcel Botelho.
Articulação – A Iniciativa Amazônia+10 é liderada pelo Confap e pelo Conselho Nacional de Secretários para Assuntos de Ciência Tecnologia e Inovação (Consecti). Conta, também, com a parceria do CNPq. O programa já destinou quase R$ 100 milhões para projetos científicos na região, articulando grupos de pesquisa que reúnem pesquisadores da Amazônia Legal e de outros estados.
Os projetos submetidos à avaliação devem contar com pesquisadores responsáveis de, pelo menos, dois dos 19 estados cujas FAPs aderiram à chamada, sendo que um deles deve, obrigatoriamente, estar vinculado a instituições com sede nos estados da Amazônia Legal. O edital também prevê a inclusão na equipe de pesquisa de pelo menos um integrante dos Povos Indígenas, Quilombolas e Comunidades Tradicionais (PIQCT), detentor do conhecimento tradicional relacionado ao território que será estudado.
Neste edital, 19 Fundações de Amparo à Pesquisa aderiram à chamada, dos nove estados da Amazônia Legal (Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima, Pará, Maranhão, Amapá, Tocantins e Mato Grosso), além das FAPs do Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Goiás, Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Paraná e São Paulo, e também do Distrito Federal.
Serviço: Chamada Expedições Científicas. Prazo para submissão de propostas é 29 de abril de 2024. O anúncio dos contemplados será feito em agosto de 2024, na página eletrônica do CNPq, do Confap e das FAPs participantes, e publicado, por extrato, no Diário Oficial da União. Os interessados podem realizar suas inscrições e obter informações detalhadas sobre o edital em www.amazoniamaisdez.org.br
Com informação da Agência Pará