Quando se afina violão, o ritual é o mesmo: diapasão na boca, a busca do som gêmeo, escutando, tentando inúmeras vezes agregar entre si o tom perfeito.
É mágico e gostoso: dedos suavemente dedilhando cordas. Uma por uma.
Pequena diferença de tonalidade, entre o diapasão e o som das cordas, é um desgosto para quem quer ouvir o som perfeito.
Afinação de cordas. Do violão e da voz.
As da voz, com exercícios repetidos.
As do violão, com a calma dos marinheiros em tempestades.
Eu sempre digo: o toque certo nas cordas do violão tem que ter suavidade, macieza e carinho. A busca da posição certa, a pressão certa, o movimento certo no tempo certo.
Assim como se faz amor.
Violão, corpo de mulher nua, no peito de quem sabe amar.