Depois da morte do empresário Gilberto Leite, um dos principais executivos do Grupo Revemar, Marabá perdeu certamente o seu principal ideólogo.
Passados quase seis meses de seu falecimento, o setor pensante da cidade enfrenta gigantescas dificuldades para superar o hiato deixado pela sua ausência.
Gilberto pensava o município.
V vivia intensamente cada momento de suas transformações.
Estava sempre à frente da contemporaneidade, querendo antecipar para hoje o que ocorreria tempos depois.
Gilberto não olhava apenas o que interessava ao setor produtivo.
Entendia que à margem da atividade empresarial, havia a necessidade de preencher as lacunas sociais vergonhosamente esquecidas pelo setor público e, claro, também por quem poderia produzir riquezas.
Giba, como carinhosamente seus amigos o chamavam, jamais teve pensamento político ideológico.
Sua ideologia era o bem comum: as cidades desenvolvidas, as crianças bem tratadas nas escolas, o cidadão respeitado nos mínimo senões, quando entrasse num hospital público.
A ideologia de Gilberto era conciliar interesses diversos numa única direção: o bem de todos.
Nesta quarta-feira, 6, resolvi entrar na matriz da Revemar, na VP-8.
Desde a morte de Giba, jamais coloquei os pés ali.
A sensação foi estranha, melancólica, dolorida: em nenhuma das dezenas de mesas espalhadas na área de show-room, onde o executivo sempre estava, não vi seu rosto.
Não fui recebido pelo sorriso carinhoso e cativante que ele soltava para todos.
Nem o café sem açúcar, especialmente preparado para ele, que eu habitualmente sorvia ao seu lado, estava lá.
Nem Giba.
Nem o café.
Demorei pouco mais de cinco minutos, e sai apressadamente, sem olhar para trás.
Olhando meu banco de imagem aqui no laptop, numa pasta salva com o nome GL (Gilberto Leite), centenas de fotos de sua trajetória à frente da ACIM e atuando em outros setores.
Separei esta abaixo, gravada no dia em que ele soltava felicidade, ao lado do Ítalo Ipojucan, pelo anúncio da chegada da Havan em Marabá.
Giba chegou a viver o momento da inauguração da loja, que tanto ele lutou para vê-la erguida.
Saudade arretada tomou conta de mim.
Eu e Gilberto éramos assim, emotivamente ligados pelo bem comum.

Apinajé
8 de maio de 2015 - 07:55“Amigo é coisa pra se guardar”tomara que surjam em Marabá outros “Gibas”e que venham outras empresas que gerem “só” duzentos empregos.
Na relação capital trabalho, não deve haver antagonismo,as duas coisas andam juntas.
Marilza Leite
7 de maio de 2015 - 20:06Obrigada Hiroshi, lindo texto. Sei o quanto de amizade verdadeira e respeito havia no relacionamento de vocês. Espero que os seus amigos, os amigos dele, seus grandes parceiros, continuem nessa labuta que visa “o todo e todos”.
Que o engajamento seja por uma Marabá que possa oferecer dignidade aos nossos jovens, saúde aos nossos doentes, lazer e educação às nossas criancas e segurança a todos nós.
Vale o sonho, vale a tentativa, vale viver MARABÁ!
Obrigada.
“Vale o sonho, vale a tentativa, vale viver Marabá!”
Do jeito que o Giba costumava focar o caminho. Obrigado, Marilza, você que o acompanhou com determinação e amor por toda a vida dele,
Denis
6 de maio de 2015 - 16:43Parabéns pela homenagem ao grande Gilberto! Realmente uma pessoa magnífica. Só discordo quando você enaltece essa conquista da Havan para Maraba. Uma loja que por mais bonita e imponente que seja só trouxe de vantagem 200 empregos.. Pois de resto leva todo o dinheiro para fora da cidade. Enquanto esse dinheiro poderia ficar aqui na mão de empresários que investem e moram na cidade.
Denis, Marabá é uma metrópole, e como tal, exerce o poder de atrair grandes investimentos. Acabou-se o tempo de vivermos numa ilha isolada, onde predominava apenas a força do trabalho dos empresários e comerciantes locais. Havan e outras grandes empresas que estarão chegando por aqui, geram ICMS, ISS, e mudam o status quo da relação empresa-consumidor – além da circulação de grana gerada pelo 200 empregos que vc cita. Não pense pequeno, querido. É assim que funciona a lógica do capitalismo. Abs