Com problemas no joelho, a moradora do Morro do Adeus, Ruth Alves, 48 anos, tinha dificuldades para descer e subir o morro, diariamente, para ir ao trabalho.
Agora, ela não terá mais esse entrave, ganhando qualidade de vida, ao usar a gôndola do teleférico.
Distâncias que duravam hora e meia estão reduzidas a máximo 16 minutos.
Esses alguns dos benefícios que o primeiro sistema de transporte de massa por cabo do Brasil, inaugurado hoje por Dilma Roussef, levados às comunidades do complexo de Favelas do Alemão.
Obra patrocinada pela dupla Lula-Dilma.
Jorge Santos
8 de julho de 2011 - 12:52São graves essas denúncias contra as siderúrgicas do polo Carajás. Será que o Ministério Público Federal sabe disso?
George Hamilton Maranhão Alves
8 de julho de 2011 - 11:22Parabéns ao governo Dilma!
Roberto Filho
7 de julho de 2011 - 18:08Publicação do Instituto Observatório Social, com sede em São Paulo, denuncia que grandes siderúrgicas exportadoras do polo de Carajás têm utilizado carvão feito com madeira de desmatamentos irregulares para fabricar ferro gusa. O produto serve de matéria-prima a montadoras de veículos e fabricantes de eletrodomésticos, de aviões e de computadores. O Instituto lançou recentemente a revista “O aço da devastação” detalhando as denúncias.
Segundo a revista, as siderúrgicas Cosipar, Sidepar, Margusa e Gusa Nordeste usaram carvão de origem não explicada, vindo de fornos que não estão no cadastro legal das empresas. Há casos de siderúrgicas em que o uso do carvão ilegal sustenta mais da metade de toda a produção.
Para chegar a essa informação, explica o Instituto, o jornalista que fez a matéria (Casara) pesquisou a produção do carvão forno a forno. A metodologia utilizada foi cruzar o cálculo da capacidade máxima de produção dos fornos com o que de fato foi produzido. Para saber a quantidade de fornos, foi utilizada a lista de fornecedores de carvão que negociaram com siderúrgicas em 2010 (associadas ao Instituto Carvão Cidadão – ICC).
“Cruzamos a capacidade de produção de carvão com o total de fato produzido e obtivemos um índice de ilegalidade muito alto”, disse o repórter. Segundo a pesquisa, a Sidepar, por exemplo, produziu 155% a mais do que é possível de acordo com o número de fornos declarados (2.224). Em reposta ao Observatório Social, o ICC disse que o número correto é 107% a mais.
O problema, segundo a revista, pode ser ainda mais grave porque há siderúrgicas não associadas ao ICC e que não têm nenhum monitoramento de sua cadeia produtiva. Por outro lado, também há notícias positivas. “Há exemplos de empresas que produzem de forma sustentável, provando que é possível trabalhar de forma correta, respeitando o meio ambiente”, acrescenta Casara.
Desde que foi lançada a primeira pesquisa de monitoramento, em 2004, muita coisa avançou na região, de acordo com o jornalista, sobretudo no que tange à questão trabalhista. “O enfrentamento ao trabalho escravo teve êxitos importantes, em boa parte por conta do Instituto Carvão Cidadão”. Entretanto, no aspecto ambiental não teria havido avanços. Para resolver a situação, na avaliação do Observatório Social, é necessário elaborar um monitoramento por parte do ICC que não deixe brechas aos que compram carvão ilegal.
A revista relata casos nos quais o carvão é entregue às siderúrgicas sem documento ou com o uso de documentos forjados. Revela ainda como governos municipais e o governo estadual são coniventes com crimes ambientais e trabalhistas, muitas vezes usando aparatos de Estado para acobertar ações criminosas que têm o objetivo de devastar áreas de preservação ambiental e terras indígenas.
A compra de créditos de madeira concedidos a assentamentos rurais direcionados à agricultura familiar também é artifício utilizado para burlar a legislação ambiental. “Um dos esquemas está em operação em Tucuruí. A madeira nunca sai do assentamento, mas por uma triangulação envolvendo madeireiras, empresas agropecuárias e carvoarias, os créditos também são usados para esquentar carvão para o setor siderúrgico”, revela a publicação do Observatório Social.
Trabalho escravo em carvoaria- No início de maio deste ano, o grupo móvel do Ministério do Trabalho, com apoio da Polícia Federal, flagrou outra situação de trabalho escravo e libertou 11 homens numa carvoaria em Goianésia do Pará, sudeste do Estado. O dono do negócio, Carlos Fernandes de Araújo, mandou instalar uma bomba d’água para esfriar os fornos de carvão, mas não fornecia água potável aos trabalhadores, que utilizavam água de açude para beber e tomar banho, junto com animais.
No local onde alguns deles dormiam, com paredes de madeira e piso de cimento, não havia banheiro e os trabalhadores eram obrigados a utilizar o mato para fazer suas necessidades. Outra parte dos trabalhadores ficava alojada em um barraco de lona e palha sem piso e sem paredes.
De acordo com o grupo móvel, a 3 km de distância ficava a segunda bateria de fornos e outro alojamento, que também colocavam a saúde e segurança dos empregados em risco. O caminhão utilizado para transportar a madeira cortada até os fornos também fazia o transporte dos trabalhadores junto com a carga e sem qualquer proteção.
Segundo disseram, os homens já haviam trabalhado para Carlos Fernandes de Araújo em outra carvoaria, mas receberam muito pouco porque suas dívidas com alimentação eram altas. Ou seja, Araújo utilizou o velho esquema de fornecer alimentos para os peões e cobrar alto para que eles não quitassem suas dívidas.
Mesmo assim, o dono da carvoaria conseguiu convencê-los a trabalhar novamente para ele. O patrão mudou o golpe, mas no final, ainda segundo o grupo móvel, os homens acabavam recebendo quase nada. A carvoaria foi interditada, mas o dono não foi encontrado pelos fiscais. Os trabalhadores resgatados receberam guias para sacar o seguro desemprego.
Como as grandes siderúrgicas compram carvão de desmatamentos irregulares, conforme a denúncia do Instituto Observatório Social, quem pode garantir que a carvoaria de Araújo fechada pelo grupo móvel pela prática do trabalho escravo não era fornecedora de uma dessas empresas?