Causa estranheza a qualidade da cobertura dada pelo jornal Opinião às supostas agressões que os repórteres Ulisses Pompeu, do Correio do Tocantins, e Laércio Ribeiro, do próprio Opinião, teriam sofrido durante cumprimento de pauta da reunião dos lideres dos assentados com a superintendência do Incra.
Enquanto o CT, em sua edição desta quinta-feira, 9, fez chamada discreta na primeira página e texto interno narrando o ocorrido como publicado ontem neste blog, Opinião “escondeu” o episódio num parágrafo da matéria “MST entrega pauta ao Incra”, à página 4 do primeiro caderno, sem divulgar nomes dos repórteres supostamente agredidos e nem detalhes do ocorrido.
O registro limitou-se a essa “informação”:
“Quando a Imprensa local tentou acompanhar a entrega do documento na sala de reunião da superintendência do Incra, pelo menos dois profissionais da Imprensa foram agredidos por integrantes dos movimentos, que não quiseram permitir o acesso de um e o exercício do trabalho do outro (sic). Os dois jornalistas prometeram registrar Boletim de Ocorrência.”
Os grifos são do poster.
Ora, qual a razão de esconder a identidade dos repórteres, considerando-se que um deles (Laércio Ribeiro), funcionário do próprio jornal, teria sido o que mais tomou prejuízos como vítima da “agressão”?
(Infelizmente, o blog é obrigado agora a usar aspas.)
O Correio do Tocantins cumpriu com a sua missão de informar.
Opinião escamoteou o ocorrido, ao resumir fato tão grave a evasivos informes.
Cabe, agora, a pergunta, se realmente o barato ocorreu da forma como um jornalista passou ao poster, minutos depois do episódio?
Ou, pior, o “incidente” não transcorreu com a magnitude do informado?
No frigir dos ovos, terminaremos dando razão a Chico da Cib, coordenador da Fetraf, ao dizer que tudo “não passou de uns empurrãozinhos”?
Laércio Ribeiro
13 de junho de 2011 - 16:21Caro Hiroshi:
Antes de tudo, gostaria de agradecê-lo pela solidariedade. Em tempo, agradeço também muitos outros que, diante desse fato lamentável, também se manifestaram em atitude nobre, do mesmo modo que o amigo fez em seu blog.
Alguns, certamente, devem achar estranho que eu só tenha me manifestado sobre o assunto quase uma semana depois. De fato, silenciei-me. Mas não assumi essa postura por mera indiferença ao episódio. Tive outras razões.
Não escrevi nenhuma linha sobre o entrevero, seja no Opinião, onde trabalho, ou em qualquer outro meio de comunicação. Nem mesmo no meu blog tratei até agora sobre o caso. Decidi fazê-lo, embora resumidamente, aqui, no Hiroshi Bogea On Line.
De fato, fui agredido pela horda de sem-terra que obstruíam uma das ruas que margeiam a Superintendência Regional do Incra, armados com pedaços de pau na mão. Fui agredido e tive meu equipamento confiscado violentamente, enquanto tentava desempenhar meu papel de jornalista.
Felizmente, pessoas de bem que testemunharam o fato intervieram e conseguiram apaziguar os ânimos exaltados, devolvendo-me minhas duas câmeras, uma delas avariada pela violência dos que me agrediram.
Saí do local profundamente revoltado, sobretudo porque, muitas vezes, me posicionei em defesa dos que agora, encurralando-me, me humilhavam.
Poderia – e ainda posso -, se quisesse, ter processado os agressores. Tenho foto deles e sei os meios para levantar os seus nomes. Não o fiz, embora estivesse decidido a isso quando me retirei da presença deles. O sangue fervia nas minhas veias. Mas agora já passou.
Vou dar a resposta que o caso requer sem precisar incomodar a Justiça. Sou homem da Imprensa e utilizarei este meio para dizer o que precisa ser dito, a seu tempo, sobre as hostes de bandidos que se escondem sob o manto dos movimentos sociais.
Não o farei na emoção do momento, para não correr o risco de me exceder. Vou responder sem pressa, com todo o tempo que a vida me der.
Espero que o MST se manifeste sobre o caso. Não para me pedir desculpas, mas, pelo menos, para dar satisfação aos honestos e ordeiros pais de família que, eu sei, seguem o movimento.
Também gostaria de ver, se possível, pelo menos uma linha de manifestação da entidade que representa os profissionais da Imprensa nesta cidade. Não para compensar alguma coisa que perdi, mas para que todos saibam que ela existe e fala em nome de uma categoria organizada.
Finalmente, meu caro Hiroshi, posso contar-lhe, se desejar, mais detalhes de tudo o que aconteceu. Posso também explicar-lhe, sem nenhum constrangimento, por que não havia ainda me manifestado. Aliás, darei com prazer essa explicação a todos que a buscarem. Menos aos covardes – aqueles que querem se informar, mas, como ratos, ficam escondidos nos porões do anonimato.
Laércio, meu emeio: hiroshyb@gmail.com
Vamos entrar em contato. HB
Roupa suja
13 de junho de 2011 - 10:10Aprecie com moderação.
Admirável público, quem se furtaria de ler as mais variadas matérias e assuntos tratados no Blog do Iroshi, com liberdade de manifestação e pensamento, atualizadas. É vedado o anonimato.
Se o blog não divulga o nome desse jornal, eu nem saberia que existe. Até o nome do jornalista, Chagas Filho… , não se pode pronunciar todo.
Chagas Filho
13 de junho de 2011 - 08:42Agradeço a vc por ter publicado o minhas palavras e gostaria de dizer que em momento algum meu comentário foi raivoso. Pelo contrário, só postei o comentário no seu blog porque sou leitor desse espaço e respeito muito sua postura na Net.
Outra coisa, falando em solidariedade, no momento em que o Ulisses me telefonou dizendo-me o que tinha acontecido, imediatamente eu liguei para o Tito Moura, do MST, e cobrei uma explicação sobre o fato. Senti-me na obrigação moral de fazer isso por solidariedade aos meus colegas, porque também já passei por situação semelhante e sei o quanto é ruim se sentir desamparado nestes momentos.
Só fiquei um pouco chateado com vc pelo fato d q vc continua batendo na tecla de que o Correio deu uma cobertura ‘assim assada’ para o fato, enquanto nós, do Opinião, demos outra cobertura.
Não nos pautamos no Correio, nem no seu blog, nem no meu, nem em quem quer se seja. Se eles derem 10 páginas sobre determinado assunto e nós dermos meia página, qual o problema?
O amigo não percebe, mas continua sendo “juiz” de um jogo que não existe.
Não me queira mal por essas palavras; vc é um cara que eu admiro, mas, no meu ver, vc extrapolou nesse caso. É a minha opinião. Isso não qer dizer q eu esteja com raiva de vc. Esse debate é saudável, somos pessoas esclarecidas.
Incomodar faz parte do bom jornalismo.
Vc me incomodou, agora eu incomodei vc.
Estamos quites.
Aquele abraço.
Anônimo
10 de junho de 2011 - 16:50Ulisses & Laércio,
Nenhum jornalista merece ser tratado como foram tratados os dois lá no Incra.
Laércio e Ulisses tem blog. Podem usar, se quiser. Mas como são pelegos..
Fica por isso mesmo.
Chagas Filho
10 de junho de 2011 - 15:59Hiroshi, boa tarde.
Em primeiro lugar, os fatos não foram escamoteados no Opinião.
Em segundo lugar, o sr. não publicou no seu blog tudo que foi dito no Jornal Opinião sobre esse assunto.
Em terceiro lugar, estamos saindo com um artigo sobre o episódio na edição de amanhã.
Em quarto lugar, não acho que exista em Marabá nenhum blog ou meio de comunicação que tenha capacidade de ser juiz da Imprensa local.
Em quinto lugar, nós do Jornal Opinião nunca nos prestamos ao papel de ficar criticando o tipo de cobertura que o sr. faz no seu blog.
Exigimos o mesmo tratamento, pois se a gente começar a ficar procurando os “porquês” de uma matéria ter ganhado mais ou menos destaque nesse ou naquele meio de comunicação, vamos começar uma guerra idiota que não leva a lugar nenhum a não ser a um estresse desnecessário (vc sabe disso porque já se envolveu numa briguinha dessas alguns anos atrás).
Com todo respeito, Chagas Filho, editor do Jornal Opinião.
Chagas Filho:
Jornalismo não é para se exercitar mise-en-scène: informa ou desinforma.
No caso específico da matéria, reafirmo que houve escamoteamento dos fatos. Prova é que no mesmo dia, o concorrente d´ Opinião, jornal Correio do Tocantins circulou contando em detalhes a suposta agressão aos dois repórteres em texto específico, na mesma página em que se dedicou ampla cobertura à manifestação dos assentados na Agrópolis – identificando as vítimas do balacobaco.
E o fato foi recorrente no mesmo jornal Opinião, na edição seguinte de sábado.
Ao contrário do que dizes aí nesse comentário raivoso, não explicou nada. Tem apenas um artigo assinado por ti que saiu originalmente no Diário de Carajás, condenando a suposta agressão. Na publicação encartada na edição de sexta-feira do Diário do Pará, tu também não revelas a identidade dos repórteres.
Portanto, pior ficou o soneto.
Na republicação de teu texto no Opinião, sábado (três dias depois do ocorrido!), é que citas, destacado em letras azuis que “os repórteres agredidos foram Laércio Ribeiro (jornal Opinião) e Ulisses Pompeu (Jornal Correio do Tocantins)”.
Fake do samba-do-crioulo-doido?
Não faz meu gênero ser ombudsman (talvez tenha sido isso a que tenha se referido quando insinuas que eu quis ser “juiz da imprensa local”).
O que eu quis dizer foi que faltou informação correta sobre o fato e até mesmo a solidariedade afirmativa do jornal que teve um de seus corretos e valiosos profissionais supostamente agredido por uma minoria de irresponsáveis.
Solidariedade que este blog se apressou em registrar minutos após os dois rapazes terem sido encurralados no Incra!
Quanto a “começar uma guerra idiota” (usando tua expressão chula), fica ao teu critério.
Não estou aqui para agradar ninguém. Quanto mais o blog incomodar, melhor seu papel estará desempenhando.
Marabá de muro baixo
10 de junho de 2011 - 08:25Está na hora de por um fim nessa bagunça que os sem terras estão promovendo em Marabá, interditando diariamente o acesso através da ponte sobre o Rio Itacaiunas.
Até quando vamos ter ceifado nosso direito de ir e vir. Se fosse um cidadão protestando, ao interditar a ponte pleiteando direito a moradia digna, lazer para a família na periferia, alimentação e a vida, já teria sido arrastado pela força policial.
Cada dia esses movimentos sociais envergonham e tomam a antipadia da população por onde passam.
Marabá não pode parar por causa desses protestos, porque a pouplação que paga impostos, passagens de onibus, combustível, IPVA, IPTU, iluminação pública, tem seu trabalho de empregado e não pode sequer chegar atrasado etc… é a maior prejudicada.
Marabá é um depósito de tudo que de ruim aparece na região. Foi o acontecimento de Eldorado dos Carajás, que tentaram colocar um monumento no KM 06 em Marabá, depois assassinatos em Nova Ipixuna que levaram a interdição da ponte de Marabá.
E por falar em assassinato, será que só os crimes ligados a pessoas de “movimento sociasi” devem ser invetigados, pois, depois que foi descoberto que o terceiro assasinado não era de nenhum movimento, foi excluido das investigações e do interesse dos direitos humanos de investigar.