Na Assembleia Legislativa, todo culpado é inocente até com prova em contrário. Vem daí que, apesar de ninguém admitir, respira-se nos corredores da AL do Pará um cheiro de acórdão. Algo na seguinte linha: ‘não cutuque os meus que eu livro os teus’.
Arma-se uma pantomima.
Das principais cabeças suspeitas de comandar roubalheiras descobertas até agora, dois caciques pertencem ao PSDB e PMDB, que logo-logo devem ser tirados da linha de tiro e correm o risco de, ao fim e ao cabo, não terem nada a ver com o babado: Mário Couto e Domingos Juvenil.
Para a não consolidação da CPI da Roubalheira, os argumentos são os mais escalafobéticos.
Há até aqueles revoltados porque o MP e a PC invadiram as dependências da AL para fisgar documentos comprometedores. Ora, se não fossem comprometedores, os ilustres deputados não se sentiriam ameaçados pela “invasão” do poder legislativo.
O problema, dizem uns conhecedores das bandalheiras legislativas paraenses, é que tem mais deputados com identidades não reveladas que beliscaram uma mesadinha mirradinha de trocados nas fraudes de folha de pagamento. Um crimezinho que, por pequenininho, não merece ser punido com a guilhotina.
Por analogia, poder-se-ia argumentar que o matador de um anão é menos criminoso do que o assassino de um gigante.
Mantenha os olhos abertos, caro leitor. Do jeito que a coisa caminha, entre uma piscadela e outra, você pode se dar conta de que o mega-escândalo que sacudiu o Pará e está indignando a população terá resultado em outro escândalo: no passar da régua, ninguém ser culpado de nada, só mesmo os servidores já identificados.
Até o momento, dos diversos supostos deputados que poderiam já estar acomodados na fila do patíbulo, só dois tiveram as cabeças apartadas do pescoço: Juvenil e Robgol, além do sancho pança do marrento Sérgio Couto, o ex-diretor do Detran, Sérgio Duboc.
Periga ficar nisso.
PS- Nem bem encaminhava a carta de demissão ao governador, Duboc assinava outra obra de seu talentoso portfólio de malinagens.
Anônimo
28 de abril de 2011 - 12:00Pelo que eu estou vendo, ou melhor, lendo: nenhum deputado tem culpa e muito menos o ‘nosso” senador. No final das contas, presta bem atenção, o Edmilson ainda vai sair cheio de problemas e perseguido durante os quatro anos de mandato. Infelizmente uma so andorinha não faz verão!
Anonimo.
28 de abril de 2011 - 09:00Hiroschi, tem muita gente aque em Maraba, querendo faser palanque com esse escandalo da Alepa, sendo que niguem é mais informados que vc, com o que aconteceu, e que, vem acontecendo em nossa câmara municipal. Tem um parasita que o Pagam chamou de Rémora, e que hoje é tubarão la dentro.
João Carlos
28 de abril de 2011 - 07:35Hiroshi,
Quando a gente vê uma ação dessas na ALEPA por parte do MP renasce a esperança.
O Ministério Público paraense ainda não se engajou na luta pela cidadania. Sem o MP tudo fica muito difícil.
Aqui em Parauapebas nunca vimos qualquer ação do MP no combate a corrupção e danos ao patrimônio, qualquer ação, não há nada e nunca houve, pelo contrário, parece que há um completo entrosamento dos membros do MP e suspeitíssimas figuras da política local.
Sem qualquer leviandade, mas vendo como o MP atua em outros Estados, a gente chega a desconfiar da probidade dos seus membros aqui no Pará.
Sem o MP a sociedade fica órgão!
No Pará, sem dúvida nenhuma, o MP deixa muito a desejar!
Oxalá, essa ação do MP na ALEPA seja o anúncio de novos tempos!