No auditório da secretaria de Saúde, cerca de 800 pessoas assistem às palestras do I Simpósio Pró-Criação dos Estados do Tapajós e do Carajás, organizado pela Câmara Municipal de Marabá. O vice-governador Odair Correa já passou pelo recinto e se mandou antes do meio-dia, para cumprir agenda em outro município.
———-
Em seu discurso, Odair procurou se equilibrar em espaço limitado pelo cargo. Disse que ele e Ana Julia são obrigados a manter posturas de magistrados diante do movimento de redivisão territorial. “Como governantes, procuraremos implantar as agências de desenvolvimento regional em Marabá e Santarém, no entanto minha história mostra que estou na militância pela independência política do Oeste do Pará há 22 anos, porque quando se fala em soberania da Amazônia a questão perpassa pela emancipação de várias regiões”.
Correa declarou seu apoio integral à realização do plebiscito
———-
Muito aplaudida a leitura de ofício encaminhado pelo gabinete do senador Flexa Ribeiro (PSDB) declarando apoio ao plebiscito.Dirigindo os trabalhos, o presidente da Câmara Municipal, Miguelito Gomes (PP), depois da leitura do documento do parlamentar paraense, não deixou de registrar comentário:
– Isso é muito bom. Como o senador Flexa Ribeiro sempre se mostrou contra os Estados do Carajás e Tapajós, e garante votar agora favorável ao plebiscito, é muito bom, muito bom.
———-
Outro representante do time tucano, a deputada estadual Suleima Pegado não compareceu ao encontro, mas mandou ofício garantindo ser favorável ao plebiscito.
———-
Um dos pronunciamentos mais inflamados foi o do deputado estadual Parsifal Pontes (PMDB), encerrado com a seguinte expressão:
– O povo da região quer criar um Estado para chamar de seu. Além disso, desejamos um adjetivo gentílico porque queremos ser carajaenses.
———
Representante do Oeste do Pará, mais precisamente dos municípios de Monte Alegre, Prainha e Almerim, o deputado Junior Hage defendeu com determinação a criação dos estados de Tapajós e Carajás. O isolamento de sua região através da ausência do governo estadual cada vez mais freqüente foi definida pelo parlamentar com a seguinte revelação:
– No Oeste a única estrada asfaltada que temos para transitar liga Santarém a um balneário. O resto é barro, buracos, poeira, lama e muito sofrimento.
———-
Ao tentar passar seu “comercial”, o deputado Miriquinha Batista (PT) não fez o comercial e nem saiu do muro. Ficou no chove-não-molha, valorizando abobrinhas. Estava bastante zen, naquela de não sou a favor nem contra, muito pelo contrário. Depois da fala, o mesmo silencio que o saudou quando foi chamado para discursar embalou a distancia que o separava do microfone à cadeira onde se encontrava. Nenhuma palma. Nenhuma manifestação. Recepção mais fria do que o conteúdo do discurso.
———
A deputada Bernadete Caten (PT) foi incisiva: defende integralmente o Estado de Carajás, mas considera que não se avançará bulhufas em termos de conquistas sociais, mesmo com a criação dos novos estados, caso o modelo centralizador de investimentos seja mantido. “Ou se muda o modelo ou de nada adiantará a divisão territorial do país”.
——-
A partir das 14 horas, será aberto o painel de palestras. O blog está ligado.
Roberto
19 de junho de 2007 - 23:13Obrigado Hiroshi!
Graças ao seu Blog e do Val Mutran pude acompanhar a movimentação do 1º Simpósio de Marabá.
Para mim, o evento mais importante da região norte nos últimos tempos.
Pena que a grande imprensa, dita livre, com exceção do Diário do Pará, se omitiu totalmente.
Me informe como posso enviar uns artigos sobre o tema da divisão para a sua análise?
Beto Castro
hiroshi
18 de junho de 2007 - 22:11Josafá, essa luta pela viabilidade de novos estados é longa e traumática. Tanto aí quando aqui no Pará. É um processo de convencimento lento e consistente. Um dia as coisas acontecem, sem pressa.
parabens pelo trabalho que a equipe vem realizando à frente da Comissão Pró-Estado Maranhão do Sul. Agradeço as qualificações direcionadas ao blog. Volte sempre.
abs
Josafá Ramalho
18 de junho de 2007 - 21:12Prezado Hiroshi
Sou Josafá Ramalho jornalista e radialista membro do Comitê Central pró-criação do Estado do Maranhão do Sul.
Estive em Marabá durante o Simpósio e comigo estavam pelos menos 20 pessoas do sul do Maranhão que desejam a emancipação desta região.
O Simpósio de Marabá foi uma excelente oportunidade para trocarmos idéias e planejarmos conjuntamente ações estratégicas de conscientização dos povos envolvidos em ambos projetos.
Pelo que ouví do taxista do areporto até o hotel onde fiquei, creio haver a necessidade urgente de que tanto em carajás quanto em Tapajós o povo seja “sacudido” receba injeção de ânimo e se torne formador de opinião em defesa da criação desses dos estados. Quanto ao Maranhão do Sul, pelo menos na região a ser emnacipada pesquisas nos mostram aprovação superior a 98%. Agora concentramos esforços numa articulação no outro lado do Estado, e é bom ressaltar: O governador Jackson Lago defende a criação do Maranhão do Sul.
Um forte abraço! O blog é um sucesso!
Anonymous
16 de junho de 2007 - 22:42Miriquinho (pequeno como o próprio nome diz) é de que Partido mesmo? Ah é o do PeTê!!! Tá explicado, incompetente, néscio e sophista como todos. Puro sangue.
Uma última pergunta: O QUE MESMO ELE VEIO FAZER AQUI EM MARABÁ???
hiroshi
16 de junho de 2007 - 10:40Não, Cris. Sem canelada. O blog está apenas informando. Quando for preciso, emitirá opinião. O chove-não-molha foi do próprio deputado que fez exatamente o que foi descrito: não disse nada. Queria apenas palanque. Ficou lá em cima do palco assim meio “o que vou dizer lá em casa”.
bjus
crisblog
15 de junho de 2007 - 20:53Oi Val…só gostaria de saber se a cidade está “pegando fogo”, só isso…ah! sim, está explicado o chove-não-molha?!?!?!
Beijos.
Val-André Mutran
15 de junho de 2007 - 20:44Cris,
Acabei de falar com o Hiroshi e ele me relatou que seu pedido ;e difícil de ser atendido. Explico: Não há contraditório por lá, há consenso.
Consenso para a realização do plebiscito e alguma relutância dos que moram em Belém quanto à criação dos dois novos Estados, mas isso é outro capítulo.
crisblog
15 de junho de 2007 - 20:15Quem não for a favor…ou seja, do chove-não-molha, vai levar “canelada” do blog?
E as diferenças?
Beijos.
crisblog
15 de junho de 2007 - 20:12Ei Hiroshi, além dos parlamentares e seus representantes, quanto de participação popular?
Movimentou a cidade de Marabá?
Beijos.
Val-André Mutran
15 de junho de 2007 - 20:06Espero que os nobres parlamentares façam em vez de falar.
Chega de proselitismo político barato para enfrentar definitivamente esta questão. O que importa é: Sou a favor ou não do plebiscito?
O resto a gente disputa depois.