Já sentiram cheiro de águas tocantinas quando o verão chega? Se não sentiram, lamento.
Águas tocantinas que quer dizer araguaias -, e seus igarapés.
Dois rios, paralelos, vazando.
Praias brotando preguiçosamente ao longo de seus leitos, renascendo em busca da luz do Sol, forte e esturricado -, que do alto espia a tudo com ar contemplativo.
Cheiro de águas tocantins. Que quer dizer araguaias.
Vocês não sabem o que é bom.
Anonymous
29 de maio de 2007 - 21:22é verdade hiroshi, sobre novas lideranças que despontam, com sede de preservação, é bastante e basta mesmo para os sugadores da terra da água, esse povo que vive da luxuria sem olhar a degradação tem que ser indentificado e colocado em um lugar cercado de cimento e ferro de onde eles não podem cavar e nem depredar.
Val-André Mutran
27 de maio de 2007 - 12:53Esclareço ainda que fui recordista paraense de natação. Um dos Golfinhos do Nazaré, nado 5 km sem qualquer dificuldade e sei sim, tirar pontinha.
Hehehehhe!
Val-André Mutran
27 de maio de 2007 - 12:50Lágrimas aos borbotões ao ler o maior de nossos poetas: Pagão de povos que ele conduz à lume.
Essa história da queda da ribanceira no cais ainda sem o arrimo do ano da graça de 1968, deu-se por conta de minha mãe, Maria Tereza Mutran e seu Jippe Aero Wyllis 6 cilindros.
Mamãe, ao manobrar defronte a casa do irmão, Vavá, atrapalhou-se com a bruta embreagem da máquina de guerra, e despancamos todos barranco à baixo; de modo que, os zelosos e atentos pescadores e barqueiros vieram ao nosso socorro.
Eu com quatro anos, meu irmão Markus Valban Mutran Pereira, três anos, minha irmã, Flavya Mutran Pereira, ainda não nascida, porém feita de sete meses na barriga de nossa desastrada motorista-mãe, mão-motorista.
Meu pai recompensou regiamente os heróis do resgate e não tivemos um arranhão sequer.
Portanto, a mão de Deus aliviou a queda, e eu vestido de marinheiro e com gravata borboleta.
Deus é marabaense e seus anjos e arcanjos: Barqueiros.
Um excelente domingo a todos.
hiroshi
26 de maio de 2007 - 21:28Anônimo 6:02 – você tem razão. Apesar de belas e gostosas, o entorno de nossas água está infestada dessas pessoas más. No entanto, cresce nova geraçao rebelando-se contra os predadores. Há uma consciencia se formando. Graças a ela, a esperança está viva.
Volte sempre.
Anonymous
26 de maio de 2007 - 21:02bom temos boas aguas, mas contra partida temos más pessoas, que estão doido para acabar com elas, não é senhores dono do mundo.
Quaradouro
26 de maio de 2007 - 06:33Alô Juvencio, Bia, dois corações:
O Hiroshi sabe sim fazer poesia. E música. E toca viola muito bem, principalmente bossa nova.
Mas ele morre de preguiça. Só isso.
Quaradouro
26 de maio de 2007 - 06:31Hirô, mano velho:
No dia em que Val-André levou um tombo no Marabazin e caiu no Tocantins, quase morre afogado.
Essa foi a única vez que ele entrou n’água.
Wtirar pontinha? Sabe nada…
Quaradouro
26 de maio de 2007 - 06:26Águas de passagem
(Ademir Braz)
Retinem nos ouvidos
velhas pás e gritos:
há odor de diesel
nos óleos do ar.
Cúmplice do vento
ando junto às pedras
zanza no rio-tempo
meu menino olhar.
No azul do porto
sobe e desce gente
carregando frutos
úmidos de sol:
sobre ombros curvos
corre mel do cesto
escorre sal da pele
nos degraus do cais.
Farto de castanha
cambaleia o barco
acima do banzeiro
que o vento atiça;
geme a quilha tesa
a corda retinida
range como range
a carne sob os cestos
nos degraus do cais.
Retinem nos ouvidos
tantas pás e gritos
e já não há no ar
os mastros em delírio…
Só, desaba a rua
agora sobre as águas
que deságuam cio
nos degraus do cais.
hiroshi
26 de maio de 2007 - 00:45Mermão Brandão… por aqui?!!
Fiquei emocionado ler você, depois de tanto tempo sem mostrar a cara, meu! E vens ainda lembrando de todo um passado gostoso, os amigos, a saudade do Edgar da Graça que não está mais entre nós…O maior parceiro de meio-campo com quem joguei, alma de criança eterna. Que saudades… da carne de paca lá no Bar do Melcidão, da pacu-mantega no Bar do Trovão, as sacanagens tuas contando piadas (“Advogado que não ganha uma teima”… “Jornalista que não escreve um bilhete”…”Médico que não aplica uma injeção…” rsrssr) Cara, precisamos nos ver.
Faz assim: manda e-mail para este endereço meu: hiroshyb@gmail.com
Abraça todo mundo aí..Tô aqui, do mesmo jeitinho, simples e amigo.
Abraços amigão
hiroshi
26 de maio de 2007 - 00:37Corvinas e arraias fremiam na água à-toa.
Uau!!!Poeta,só você pra sacar isso e dizer como dizes.
O blog ganha um texto belo, depois de um crescendo de comentários embalados pelas águas de nossos rios. O Juvêncio deu o salto, e a turma, TIBUNGO!!!, foi atrás.
Surtar aqui, nada igual.
Abraços Pagão.
Ei Val-André, sabes pular em rio de “pontinha”?
Sabe nada….
Abs
hiroshi
26 de maio de 2007 - 00:29Baby, tu também tens cheiro de águas tocantinas e araguaias, conhecendo os segredos das ribanceiras deles como conheces. É verdade, ambos fazem parte de nossa História. Só falta tu participares mais aqui, interagir. Certamente por enquanto, a TV perdeu a melhor repórter do Pará, mas exigimos tua presença constante por esses blogues paroaras. Teus comentários enriquecem todos nós.
Abraços, e diz pro deputado que eu tô que tô com ele.
hiroshi
26 de maio de 2007 - 00:13Dois Corações – Não sou poeta. As vezes faço um esforço doido pra escrever versos e o que sai são garranchos chinfrin. Não galopo no nivel dessas feras que sabem mexer com a alma da gente, entre elas Ademir, Júlio César, Giusti, você, Cris e tanta gente linda. Acho que aos poetas foi reservado um templo especial inacessível aos humanos comuns. Só entra ali quem os deuses da Poesia permitem. A mim não foi dado esse privilégio. Mas o seu convite foi tão sedutor que de repente me senti igualizado às rimas nossas de certos dias.
Visitei o sítio Dois Corações, abarrotado de poetas do Sudeste.Maravilhoso. Como aprendi o caminho, peço paciência para me aturarem agora.
Beijos, Surama.
hiroshi
26 de maio de 2007 - 00:04Pois é. Do coração. Foi assim que saiu o conteúdo do post. Imahgens dos dois rios singrando, o cheiro nesta época de vazante, bom danado. Bom que efervesce a alma. Por isso ficou bonito. Por tópicos, responderei aqui a alguns comentários:
Juvencio: obrigado mesmo parceiro. E cadê que nunca mais nos vimos?
Anônimo 10:19 AM – Corretíssima suas colocações. Enquanto os prefeitos não entenderem que Turismo é a maior fonte de renda do planeta e que através dele podem impactar suas gestões, melhorando a qualidade de vida de suas comunidades. Vamos demorar aainda chegar no profissionalismo citado por você. Volte sempre.
Abs
Val-André Mutran
25 de maio de 2007 - 19:37Hiroshi. Manda um grande abraço para nosso grande companheiro Dr. Manoel Veloso. Passe meu contato prá ele.
Val-André Mutran
25 de maio de 2007 - 19:36Estou em estado de graça. Posso sentir o cheiro agora mesmo. E com a brisa escaldante à flôr do rio na ponta do Itacaiúnas com o Tocantins, acrescenta-se o cheiro do óleo diesel espelido pelo pó-pó-pó.
Marabá terra espetacular.
Valeu Hiroshi!
Anonymous
25 de maio de 2007 - 19:18Hiroshi, aqui de Imperatriz lendo seu blog e coluna que tens no jornal de Belem, lembro de sua passagem pela nossa cidade. Não tenho medo de afirmar que fostes uma referencia positiva na imprensa daqui,no jornal O PROGRESSO -, uma semanário que tu transformastes ele em diário para espanto de todos que compravam cedo o exemplar. E olha que já se vão mais de 20 anos (foi em 1977, se não me engano), depois voce inaugurando a Rádio Impetariz do Moacor Spósito, e um programa na TV Difusora e outras atividades, se não me engano fostes assessor do Dr. Fiquene na Universidade Estadual , antiga FESMA. Sempre admirei seu trabalho, ate porque fomos amigos, ao lado do saudoso Edgar da Graça, Nelson Bandeira, Carlos Bandeira e tantos outros amigos que nao vejo mais. O futebol de salão na quadra do SESI, ao fim do dia que sempre terminava na cervejada que se estendia até alta madrugada…Falei ao Carlos Bandeira (ele continua bamburrrando no cartório dele) do teu blog e ele adorou também, é litor assíduo seu, deve estar fazendo comentário por aqui a qualquer hora. Ele me contou morrendo de rir de um drible que voce deu nele, por debaixo das pernas, depois de um “chapéu” humilhante, numa partida em que voce jogava ao lado do Edgar da Graça. O carlos conta que nunca viu alguem ter tanto dominio de bola como voce. Eu que sempre fui um perna de pau e que só ia ali no SESI morrer de rir e esperar a hora da cervejada, já que voces pagavam tudo e eu entrava de “goteira”, tambem acho que driblador igual a voce, vi poucos. O teu Flamengo, mais uma vez, engolou meu Vasco….
Lembrei de tudo isso pra te dizer que ainda estou vivo, bebendo minha cervejinha e trabalhando como coretor de seguro. Sou seu fã e gostaria muito de lhe rever um dia.
Casei pela segunda vez… rsrsrs
Um abraço
Brandão.
Imperatriz- Maranhão
OBS- Essa descrição que voce fez dos rios Araguaia e Tocantins, vou imprimir e colocar nu quadro em meu escritório. Relembrei de muitas coisasboas na beira do Tocantins aqui na nossa cidade, que vontinua hospitaleira como sempre. Só mal administrada pelo Ildon Marques, em seu segundo mandato.
Anonymous
25 de maio de 2007 - 19:17Poeta, essa sua alma é mesmo apaixonada por nossa terra. Um abraço Ademir.
Bia Cardoso
Obs Os erros no texto anterior são de digitação bjos
Quaradouro
25 de maio de 2007 - 18:37Nós, as lontras, tracajás e camaleões do Itacayunas, sabíamos pelo cheiro da água como viria o tempo logo amanhã. Cedinho, quando íamos de canoa ao meio do rio colher a água em latas e carregá-la em cambão para o pote de barro e depois bebê-la em copos de alumínio areado no jirau, sábiamos que aquele cheiro de melancia era prenúncio de enchente, fartura, castanha trazida em barcos transbordantes, vôos de gaivota lá de cima da escadaria do barracão dos Vergolinos ou dos galhos mais altos da piranheira do Buraco das Moças.
Nosso rio magrinho sempre teve mais poesia do que qualquer outro.Começava ali na boca do Sororó e vinha escorrendo pelo Pirucaba, avançava pelas olarias, Porto das Lavadeiras, Porto dos Homens, Buraco das Moças e Beira da Cadeia de São José, onde a pesca de mandi era mais farta que logo adiante, nas encostas do Cabelo Seco.
O Tocantins era o Rio Grande dos barcos imensos, das caranhas apanhadas com linha grossa de náilon amarrada no galho da árvore para aguentar o tranco do peixão, a luta que durava horas à beira do barranco sem cais de cimento.
No Itacayúnas, com as primeiras chuvas a Grota Criminosa explodia em urrrrrrros e espuma bem em frente à minha casa, vinda dos remotos distantes, lá de cima das Mangueiras onde floravam o murici-galego e cantava a fogo-apagou. Então as traíras atiravam-se contra a ferocidade das águas e saltavam como flechas sobre a correnteza e as apanhávamos em pleno aro em paneiros de castanha. Corvinas e arraias fremiam na água à-toa.
Lá dos lados de lá, além do lado de lá da beira do Itacayunas, búfalos punham a cabeça fora d’água, entre iumas e bando de ciganas. Mais acima, sobranceiro entre cajuais a perder de vista, as terras dos Quindangues rescenciam a mandingas e encantos. Para lá de lá, caravanas de adolescentes iam perder a virgindade com o amor que não dizia o nome.
Um dia um pacato cidadão chamado Toím lançou na água uma bomba que enchia a tarde de ruídos e risos dos que zombavam da sua loucura. Meses depois eis Toim vendendo, num carrinho de mão, enormes uvas verdes produzidas na tabatinga tosca e amarela do Itacayunas. Um milagre jamais visto.
O Itacayunas nos deu poetas como José Herênio, Xavier Santos, Miguel Serrano, J. Montano – batelões carregados de poesia e suor. E estas lembranças com que eu mesmo alimento minha própria alma.
Anonymous
25 de maio de 2007 - 14:28Que delícia a descrição do nosso Tocantins de águas araguaias. Ele é parte de nossa história, suas águas foram nossos caminhos, trouxeram prosperidade moveram sonhos de tantos anônimos que porlá estiveram, desvirginando sua superfície em busca de gemas preciosas. Nosso Itacaiúnas ,também tão belo!! suas pedras pretas,moldadas pelo vento, calor, chuva… Ah quando o verão aquece nossa paixão pelas águas que tanto inspiram nossa gente. Um abraço baby
Bia Cardoso
dois corações
25 de maio de 2007 - 13:36Você anda tão romântico…menino…
Estás pedindo poesias?
Poderias colocar algumas suas…assim, poderei roubá-las… e as enfeitarei em dois corações.
um beijo.
Anonymous
25 de maio de 2007 - 13:26Potencial e belezas inimagináveis este local tem de sobra. O que falta são pessoas comvisão e comprometidas com o povo e com a região.
Mas tudo isto vai mudar pois está vindo a galope a redenção da região…
BEM VINDO O ESTADO DO CARAJÁS!
De um filho adotivo seu que não foge a luta!
(em tempo: gostaria de corrigir uma falha de escrita do nome do Sec de Governo no comentario anterior…Dr Manoel Veloso.)
Abraços
Anonymous
25 de maio de 2007 - 13:19realmente o chegar do verão aí torna as potencialidades e belezas naturais incomparáveis, mas o desconforto e a falta de investimentos dos gestores do sul do pará chega a ser ridículo. O turismo hoje tem que ter profissionalismo e aproveitar estas virtudes naturais deveriam ser no mínimo uma responsabilidade obrigatória dos gestores, que ainda preferem buscar $$$ nas tetas públicas (pagando altas propinas) do que investindo na própria capacidade da sociedade de produzir riquezas e pagar a conta, tendo portanto ¨todos¨ um resultado muito aquém do que se poderia obter se se investisse no processo de geração da renda sustentável aproveitando todas estas belezas e potencialidades naturais existentes nesta belíssima região. Quando o Dr Geraldo era ainda prefeito, acredito eu que no seu último ano de atividade, e seu filho manole era Secretário de governo (acredito eu) a Secretaria de Cultura através da Sra Deíse Botelho (muito competente pó sinal), foi propsto um início de trabalho, juntamente à abertura do verão oficial do município, para qualificar Marabá como cidade potencial e ao longo de alguns anos transformar realmente e colocar a cidade nos circuitos montados pelas grandes agencias operadoras do setor de turismo explorando o que hoje é o boom do setor. O ¨turismo da terceira idade¨. Precisa muito para se atingir esta faixa de usuários do setor. Conforto (já que se sabe do desconforto provocado pelo calor e umidade excessiva), logística, preparo da população para interagir com este tipo de usuário, saúde (assistencia médica emergial) pois se trata de pessoas que necessitam com mais frequência deste atendimento, e preparo eficiente dos prestadores de servicos privados e públicos
Juvencio de Arruda
25 de maio de 2007 - 12:32Eita post pai d’egua!