Os moradores do bairro Cidade Jardim, em Marabá, estão no “mato sem cachorro” -usando expressão bem popular.

Sem cachorro e sem rumo.

O bairro inteiro não recebe mais abastecimento da Cosanpa, porque o produto não chega às torneiras.

E quando chega, pingando, não tem volume suficiente para atender a dona de casa.

Diversos contatos já foram mantidos com a gerência da companhia, que se mostra impotente para solucionar o problema.

Tecnicamente, o abastecimento do bairro só voltará à normalidade mediante a construção de uma elevatória de água, cujo valor é estimado em R$ 50 milhões, segundo moradores integrantes de uma comissão formada para debater a questão junto a Cosanpa.

“De acordo com um engenheiro da companhia, os mananciais de água subterrânea da área onde o bairro foi edificado estão saturados, sem  um lençol freático  capaz de atender o consumo de quem pretenda fazer um poço artesiano, já que a companhia do governo responsável por essa demanda se diz impossibilitada de resolver o impasse. Ou seja, o governo não resolve um problema que é dele e nem permite que construamos poços para atender nosso consumo diário, ameaçando multar quem assim proceder”, reclama Maria do Carmo Rodrigues, moradora do CJ.

A situação dramática dos moradores do único  bairro planejado de Marabá não encontra ressonância entre as autoridades.

O problema é antigo, mas a cada dia ganha contornos desesperadores considerando a quase  totalidade das residências do bairro  desabastecidas de água.

Nas redes sociais (abaixo), moradores do CJ derramam seu sofrimento criticando autoridades, pedindo ajuda daqueles que podem, realmente, sanar o impasse.

O blogueiro inicia, a partir de hoje, a publicação de uma série de matérias sobre o drama vivido pela comunidade.

Tentaremos ouvir a própria Cosanpa, a gerência da empresa Buriti, responsável pela implantação do loteamento, a Associação dos Moradores do Cidade Jardim,  Ministério Público, prefeitura municipal e a Câmara Municipal.