O sequestro de uma médica ocorrido na saída de uma festa realizada no bairro da Cidade Velha, em Belém, no último domingo (23), continua sendo investigado. Durante coletiva de imprensa, realizada nesta segunda-feira (24), o delegado-geral de Polícia Civil do Pará, Walter Resende, disse que o trabalho de apuração do crime segue para verificar a participação de outras pessoas no caso, que tenham tido atuação de forma direta ou indireta. Até agora, cinco pessoas foram presas. Uma outra morreu durante a ação policial no resgate à vítima, que era mantida em um cativeiro no bairro do Paar, em Ananindeua, na Grande Belém.
“A Polícia Civil fez uma célere investigação e identificou dois dos envolvidos e, através da prisão de um deles, por volta de meio-dia (de domingo), chegamos a cinco elementos envolvidos e cativeiro em que ela (médica) se encontrava, inclusive distante do local em que ela foi raptada. Conseguimos salvá-la sem qualquer ferimento. Na ação policial houve resistência na chegada da nossa equipe, um dos envolvidos tentou reagir a nossa ação policial, foi ferido, vindo a óbito”, contou Resende.
Segundo o delegado-geral, a vítima, antes de ser sequestrada, estava sozinha no carro.
“Ela foi abordada pelos marginais que, inicialmente, simularam serem agentes de segurança pública, tentando ajudá-la. Posteriormente, comunicaram o sequestro. A polícia conseguiu localizar o cativeiro, libertar a refém sem que ela pagasse nenhum valor e recuperar os objetos que tinham sido furtados”, acrescentou.
O mentor do crime, de nome não revelado, realizou tudo de dentro de um presídio do Rio de Janeiro, onde cumpre pena. Ele foi ouvido pela Delegacia Antissequestro (DAS), da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ), e detido mais uma vez, agora, pelo sequestro da médica.
Em nota, a Policia Civil do Rio de Janeiro disse que a DAS “identificou um homem que coordenava o sequestro de uma mulher, ocorrido no estado do Pará. Segundo as investigações, o criminoso comandou o crime de dentro de um presídio do Rio de Janeiro, onde cumpre pena. O fato foi comunicado pelo namorado da vítima na Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), do Pará, neste domingo (23/06).
De acordo com ele, a companheira teria sido sequestrada na saída de um evento festivo. Os bandidos exigiam a quantia de R$ 200 mil para libertar a mulher. Após receberem as informações, diversas delegacias especializadas do Pará iniciaram investigações de inteligência e de campo. Os agentes identificaram o cativeiro, seguiram ao local e libertaram a vítima”.
A Seap do Rio de Janeiro comunicou que o preso investigado foi transferido para a Penitenciária Laércio da Costa Pelegrino (Bangu 1), de segurança máxima, na noite deste domingo (23/06), medida adotada em parceria com a atuação das Polícias Civis do Rio de Janeiro e do Pará.
Ainda ontem, foi dado início a uma ampla operação de revista em todas as celas da Penitenciária Moniz Sodré, onde o custodiado se encontrava, que se estendeu durante toda esta segunda-feira. A corregedoria da secretaria abriu uma sindicância para apurar o caso.
A Seap acrescenta que tem intensificado o combate à entrada de aparelhos celulares nas unidades prisionais e, por meio da Operação Mute, realizada em parceria com a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), tem identificado e bloqueado os sinais dos telefones através do uso de aparato tecnológico de inteligência. (Foto: Igor Mota | O Liberal)