Depois que os servidores técnicos-administrativos das universidades e Ufras declararam greve nacional, a partir do dia 11 de março, a expectativa nas próximas semanas é que os docentes e técnicos dos Institutos Federais (base do SINASEFE) e os docentes das Universidades Federais (base do ANDES-SN) também deflagrem greve e unifiquem com o movimento.
A unidade e a mobilização permanente são as palavras-chave do processo de greve , conforme reforçam os dirigentes de sindicatos.
Os coordenadores das assembleias gerais realizadas enfatizam que há necessidade de “muita união e mobilização para pressionar o governo a tirar dinheiro do Centrão e investir na educação”.
Nesta semana, servidores técnico-administrativos da Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) e Ufra aprovaram por unanimidade a deflagração de movimento de greve por tempo indeterminado, a partir do dia 11 de março de 2024.
Pauta de reivindicação
Os servidores decidiram cruzar os braços para forçar a aceleração das negociações, porque estão há meses empenhados buscando negociar com o governo uma proposta de reestruturação da carreira.
Além da reestruturação da carreira, os trabalhadores também lutam pela equiparação dos auxílios (alimentação, saúde e escolar) com os servidores dos demais poderes, legislativo e judiciário, e também reivindicam reposição salarial para o ano de 2024, uma vez o governo apresentou, até agora, reajuste de 0% para esse ano.
Os organizadores do movimento grevista destacam que o trato do governo com os TAE’s das Universidades e Institutos Federais não tem sido o mesmo com outras categorias, pois segmentos do funcionalismo federal que já tem uma remuneração superior à remuneração do funcionalismo da educação federal, como por exemplo Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal, conseguiram um reajuste muito superior.
Nos 6 anos de governos de Michel Temer e Bolsonaro, não houve nenhum centavo de recomposição salarial, houve reformas que retiraram direitos (previdência, trabalhista, entre outras) e o governo sequer recebia os sindicatos para conversar, conforme notas liberadas em todo o país pelos coordenadores da greve.
No atual governo Lula, os técnicos-administrativos das Universidades Federais já conquistaram 9% de reposição salarial em 2023 e estão com mesas de negociação abertas.