Na semana que passou, rumores davam conta de que o plano de saúde Unimed Fama teria declarado falência.

O blogueiro foi acionado por usuários do plano privado solicitando informações sobre os ruídos.

Durante dois dias, o blog ouviu diversas pessoas ligadas à gestão da Fama, e que estão empenhadas na tentativa de salvar a cooperativa de saúde do risco de fechamento.

A primeira resposta segura, a Unimed Fama não declarou falência.

Ao contrário.

A empresa de saúde privada iniciou um processo de total reestruturação de suas operações.

Durante os últimos três anos da gestão do presidente Emanoel Licarião, a Unimed Fama viveu tempos sombrios.

Pedindo anonimato, um dos executivos da empresa, ouvido pelo telefone, disse que o endividamento da cooperativa médica  cresceu vertiginosamente.

“Com quatro hospitais próprios com custo fixo altíssimo e um quadro de mais de mil funcionários em todos os estados onde o plano atua, chegamos a um ponto de descontrole administrativo. Os problemas acumulados eclodiram com o atraso dos serviços dos nossos prestadores, forçando eles a deixarem de atender os usuários”, conta a fonte.

Com a morte do médico Emanoel Licarião, ocorrida dia 31 de dezembro último, a presidência da Unimed Fama passou a ser exercida pelo presidente do Conselho Administrativo da Unimed Belém,  Wilson Niwa.

E com o novo presidente, ações de emergências foram tomadas, todas visando reduzir substancialmente os custos fixos da cooperativa medica.

Projeções iniciais da nova presidência preveem a demissão em massa de funcionários.

Outra medida a ser considerada, é a mudança da sede administrativa de Manaus para Belém, sempre de olho no enxugamento dos custos fixos.

Na visão dos novos gestores, não se justifica manter a estrutura administrativa de Manaus, quando se busca a otimização dos custos. Centralizar a gestão da empresa em Belém trará mais eficiência e queda considerável nas despesas da Unimed Fama.

“Não é possível administrar uma empresa com  quadro funcional tão elevado e custos fixos na estratosfera. Ou altera a ajusta tudo agora, ou não daremos conta de salvar a empresa”, diz outra fonte.

BUSCANDO INVESTIDORES

Paralelamente a reengenharia  de gestão, o novo presidente da Unimed Fama negocia com possíveis sócios investidores em busca de aporte financeiro para consolidar novamente a gestão da cooperativa.

A prioridade agora é começar a pagar os prestadores de serviços (médicos, clínicas, laboratórios, etc), para que eles voltem a atender os clientes do plano de saúde.

“Ninguém pode trabalhar sem receber. A suspensão dos serviços de nossos cooperados deve-se ao atraso no pagamento de seus serviços, por isso estamos lutando para viabilizar recursos destinados a sanar essa demanda. Do momento em que os serviços começarem a ser pagos, automaticamente a rede de atendimento voltará à normalidade”, disse a fonte.