Possuindo duas das mais importantes hidrelétricas do país, o Estado do Pará é um dos que mais produzem e exportam energia elétrica da federação. Estando atrás apenas do Estado de São Paulo, que produz 12,24% da energia do território brasileiro, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica.

Cerca de 11% da energia consumida pela população do país é proveniente das centrais geradoras de energia existente no Pará. As principais são as hidrelétricas localizadas nos municípios de Tucuruí e Altamira/São Félix do Xingú que, juntas somam 97,6% do potencial energético de todo Estado.

Mas tudo isso não impede do povo paraense pagar a energia mais cara do país.

E novo aumento vem aí.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou a revisão tarifária da Equatorial Pará Distribuidora de Energia S.A no valor médio de 11,07% (sendo 9,61% para o consumidor residencial) e acima da inflação acumulada nos últimos 12 meses, que foi de 3,53% (INPC/IBGE).

Com mais esse aumento, o Pará continua no topo da lista das tarifas mais caras do país, com o Megawatt-hora custando R$ 0,816, conforme levantamento feito pelo Grupo Liberal sobre o valor cobrado em outros estados brasileiros.

Em algumas dessas unidades da Federação, ainda não houve revisão tarifária neste ano.

A Equatorial atende 2,9 milhões de unidades consumidoras no Pará.

Com o reajuste aprovado nesta terça-feira, 15, a tarifa de energia elétrica do Pará soma 171,33% de aumento realizado junto aos consumidores residenciais no acumulado dos últimos dez anos, segundo contabiliza o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese-PA).

De 2013 para cá, a inflação oficial ficou em 73%, ou seja, aenergia elétrica no Pará já sofreu reajustes acima da inflação em quase 100% somente na última década, aponta o supervisor técnico do Dieese-PA, economista Everson Costa. “A energia subiu mais do que o dobro da inflação”.

“Quando você tem a energia cara para um estado com o rendimento baixo, com isso, a população sofre com o aumento do custo de vida e a dificuldade de atrair investimentos porque o custo de instalação, manutenção e operação é caro. Infelizmente, todos nós perdemos (com o reajuste da tarifa) porque a energia contribui diretamente para que os indicadores socioeconômicos do estado não melhorem”, avalia. “Atualmente, 3,7 milhões de pessoas estão no mercado de trabalho no Pará, sendo que cerca de 53% têm o rendimento de apenas um salário mínimo (R$ 1.320).

Ranking de tarifa de energia elétrica

A tarifa de energia elétrica é composta por uma série de fatores, incluindo o custo da geração, transmissão e distribuição de energia, bem como impostos e encargos.

Estado Tarifa (R$ / MWh)

  • Pará 0,816
  • Rio Grande do Sul 0,794
  • Mato Grosso do Sul 0,778
  • Mato Grosso 0,764
  • Minas Gerais 0,742
  • Goiás 0,722
  • Distrito Federa l0,712
  • Tocantins 0,694
  • Paraná 0,680
  • Santa Catarina 0,667
  • Rio de Janeiro 0,647
  • Bahia 0,637
  • Pernambuco 0,629
  • Sergipe 0,613
  • Alagoas 0,607
  • Ceará 0,593
  • Rio Grande do Norte 0,586
  • Paraíba 0,579
  • Maranhão 0,573
  • Piauí 0,567
  • Amazonas 0,562
  • Acre 0,556
  • Rondônia 0,551
  • Roraima 0,546
  • Amapá 0,542