Conforme relato do jornal O Liberal, durante sua permanência em Belém, nesta quinta-feira, 1, ao encerrar discurso que fez no Marine Club, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da garantiu que a Amazônia não será mais explorada, mas, sim, estudada.
“A Amazônia não será mais lugar para ter queimada ou para ter derrubada. A Amazônia vai ser estudada, vai ser pesquisada para saber se a gente consegue, através da riqueza da nossa biodiversidade criar condições de melhorar a vida de quase 25 milhões de pessoas que moram na Amazônia”, declarou.
Em uma das últimas falas, Lula disse que, se eleito, vai reconstruir o Ministério da Mulher, igualdade racial, pesca; e criar o Ministério dos Povos Originários. “Vamos ter indígena ou quilombola como ministro nesse país. E vamos voltar se ser respeitado no mundo inteiro”, declarou.
Sobre a Amazônia, disse que a partir de 1º de janeiro, se vencer, não vais mais ter garimpo ilegal na Amazônia e em terra indígena. Garantiu no discurso que irá incentivar pesquisa e ciência na Amazônia para garantir mais produção, sem aumento de queimadas na região.
Entre os que discursaram, o prefeito Edmilson Rodrigues (Psol); Jane Cabral (MST); Ângela de Jesus (Fetagri); Eliana da Costa (CUT); Kleber Rezende (CTB); Ivo Borges (Força Sindical); Ivan Duarte Pereira (UGT); Nilde Souza (fórum de mulheres da Amazônia); Dandara Oliveira (Rede Afro LGBT); Paulo Afonso (União das Moradias Populares); e professora Zélia Amador.
‘A boiada não vai passar mais’
Ao participar, na manhã de sexta-feira (02), do “Encontro dos Povos da Floresta e das Águas”, que reuniu movimentos sociais, representantes de comunidades indígenas, quilombolas, extrativistas, sindicatos, grupos de religião de matriz africana, entre outros, no Parque dos Igarapés, em Belém Lula disse que dará atenção especial às minorias.
“Eu não sei se eu tenho a grandeza para representar os povos da floresta. O que eu posso dizer pra vocês é que só tem uma razão pra eu voltar a ser candidato: é fazer mais do que eu fiz no meu primeiro mandato, cuidar melhor das pessoas. Por isso que eu tenho dito que as pessoas precisam se preparar, porque vamos criar o Ministério dos Povos Indígenas. O presidente da Funai não precisa ser um branco igual a mim, pode ser indígena. A quantidade de médico que já tem formado indígena, eles próprios podem cuidar da saúde indígena”, declarou o petista, durante o evento.
Ele afirmou que, caso eleito, essas comunidades terão representação oficial. “Para que vocês não fiquem sendo tratados como se fossem crianças mimadas que não sabem o que querem”, disse Lula. “A boiada não vai passar mais. Temos que criar na sociedade brasileira a consciência de que a manutenção da produção na floresta em pé é mais saudável, mais rentável, do que tentar derrubar árvore para plantar soja, plantar milho ou criar gado”, completou.
O candidato petista falou ainda que “aqueles que agem com irresponsabilidade, aqueles que fazem discurso de que é preciso desmatar, fazer queimada”, não são as pessoas responsáveis e que trabalham dignamente para produzir e para vender.
“A partir de janeiro, as coisas irão mudar. Nós estamos fazendo um programa de governo, colocamos a proposta original na internet e não queremos fazer programa de um partido político, de um candidato. Queremos fazer um programa que represente a síntese daquilo que é as necessidades do povo brasileiro, envolvendo todos os povos da floresta, porque vocês conhecem como ninguém o mundo que vocês vivem”, declarou. “Se ganhar as eleições, vocês não serão pessoas estranhas ao Palácio dos Planalto”.