Não é de hoje que os acadêmicos da Universidade Federal do Sul/Sudeste do Pará, em Marabá, padecem, diante da carência de transporte público saindo do Campus Taurizinho com destino aos núcleos populacionais da cidade.
Antes servidos por ônibus mantidos pela própria instituição acadêmica, que deixavam a CU com destino ao Campus 1, na Folha 31 – o transporte facilitava a vida dos estudantes porque ajudava a controlar as finanças de cada um.
Hoje não existe mais, por questões orçamentárias e legais.
O problema foi tema de uma reunião entre integrantes da gestão da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) com representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE), na Cidade Universitária.
A situação do transporte da comunidade acadêmica entre as unidades do Campus de Marabá foi amplamente debatida, objetivando convergir esforços para mapear os problemas e as possíveis soluções a serem solicitadas dos poderes públicos municipais na oferta do serviço.
No início da discussão, o titular da Secretaria de Infraestrutura (Sinfra), Lucas França, apresentou um histórico da pauta do transporte em Marabá, que remonta ao momento de criação da Unifesspa e ao processo de doação do terreno onde hoje está localizada a Unidade 3, no bairro Cidade Jardim.
“Desde que a Cidade Universitária começou a ser pensada, a pauta dos transportes foi colocada para a Prefeitura de Marabá. Por uma série de problemas, como a pandemia, nunca conseguimos uma solução efetiva com a gestão municipal para esta questão. Então, diante de nossa impossibilidade de manter os ônibus que faziam o transporte anteriormente, seja pela falta de recursos ou por impedimentos legais, estamos intensificando as negociações e pressões para garantir que nossa comunidade chegue e saia das Unidades com efetividade”.
Desde antes do início da pandemia da COVID-19, em março de 2020, a Unifesspa já vinha enfrentando impedimentos à manutenção dos ônibus próprios pelas limitações orçamentárias e pelo impedimento legal de comprar novos veículos para realizar transporte urbano. Dessa forma, os ônibus disponíveis passaram a ser utilizados somente para fins de viagens de campo e outras atividades de componentes curriculares.
O DCE apresentou os resultados preliminares de uma pesquisa realizada entre os estudantes e apontou as principais dificuldades enfrentadas, como os atrasos das linhas disponibilizadas pela empresa prestadora do serviço, o impacto no orçamento e a ausência de um bilhete único. “Nossos principais problemas são o choque no bolso e os horários não cumpridos, que fazem com que muitos alunos percam um tempo significativo das aulas. Além disso, a nossa pesquisa mostrou que o problema do transporte pode afetar a permanência dos alunos na Universidade”, destacou Maisa Carvalho.
Como encaminhamento, ficou definida a criação de um grupo de Trabalho de Transporte, que contenha representação da comunidade estudantil para acompanhar a implementação e a consolidação da rota universitária e das outras linhas de ônibus que atendam a comunidade da Unifesspa.
Adicionalmente, ficou pactuada a realização de uma nova reunião em que serão apresentadas as demandas levantadas pelas Faculdades e pelo DCE, a manutenção dos auxílios atuais e a possibilidade do auxílio emergencial, além da proposta de uma audiência pública na Câmara Municipal de Marabá.
A gestão da Unifesspa comprometeu-se, ainda, a reforçar a solicitação à empresa prestadora do serviço de transporte da instalação de um ponto de emissão e recarga do VTM Card e do bilhete único nas dependências da Universidade.
O objetivo é facilitar a emissão para os alunos e, com isso, diminuir o tempo de embarque e consequentes atrasos na saída dos ônibus devido à necessidade de uso de dinheiro em espécie.
Atualmente, três linhas de ônibus estão atendendo alunos e servidores da Unifesspa no deslocamento entre as unidades de Marabá e delas para outros bairros e núcleos da cidade. São elas: Rota Universitária, Cidade Jardim e Bela Vista. No total, são dezessete frequências diárias que partem ou terminam a rota em Unidades da Unifesspa, nos três turnos do dia: manhã, tarde e noite.
De janeiro a março, o transporte foi ofertado em caráter experimental, somente com a linha Rota Universitária.
Com o início das aulas presenciais para os cursos regulares, duas alterações no serviço foram efetuadas para adequar o transporte às necessidades, como em horários de saída e chegada e novas linhas.
A ideia é que novos ajustes sejam realizados a partir das sugestões formalizadas junto às faculdades e movimento estudantil. (Com informação da Ascom /Unifessspa)