A imagem de Nossa Senhora de Nazaré percorreu, neste domingo (20), as ruas de Marabá, no sudeste paraense. Com um manto em alusão à fauna e flora da região, e transportada em uma berlinda decorada com flores ornamentais da Amazônia – em tons laranja e vermelho, a Imagem fez jus ao tema da 39ª edição da festa, intitulada “Rainha da Amazônia”.
A procissão terminou quase meio dia, no Santuário de Nazaré, onde uma missa foi celebrada.
Segundo a diretoria da festa, cerca de 200 mil fiéis participaram da romaria no sudeste paraense, reunindo pessoas de vários municípios da região.
O Círio saiu do bairro Marabá Pioneira e seguiu em direção à Nova Marabá, onde fica o Santuário de Nossa Senhora de Nazaré.
O trajeto percorreu as principais vias da cidade, passando pela área conhecida como Bambuzal e rodovia Transamazônica, cruzando Folhas como a 32, 26, 27, 31, 21, 28 e 16.
Pelas ruas e rodovias de Marabá, muitos fiéis louvavam, pediam e agradeciam.
Entre eles estava Maria Deuzuíta de Sousa, 69, que pelo quinto ano consecutivo cumpria a promessa de acompanhar a procissão, carregando uma maquete da própria residência na cabeça.
“Morei anos de favor e nunca tive uma casa própria. Pedi pra ela que conseguisse pelo menos um terreno pra construir minha casa e eu consegui. Fiz um barraco de madeira e agora já tem dois cômodos de alvenaria e uma parte sendo rebocada. Tenho certeza que vou concluir até o final do ano. Falta construir a sala e a cozinha”, contou Maria, que mora com o marido, filha e netos no bairro Vale do Itacaíunas.
A devoção por Nossa Senhora falou mais alto do que o sacrifício para o pedreiro Raimundo Francisco, que participa da procissão há 20 anos, descalço e puxando a corda.
O gesto é em agradecimento por ter superado um grave acidente.
“Cai do alto de uma casa em que trabalhava. Desloquei um dos joelhos e pedi pra Nossa Senhora em nome de Deus pra me curar, me deixar voltar a trabalhar e me locomover. E eu estou aqui todo ano”, afirmou o pedreiro.
A procissão deste domingo iniciou com uma hora de atraso. A previsão era começar às 7h da Praça Duque de Caxias, na Marabá Pioneira, mas já passava das 8h quando a berlinda começou a seguir com os romeiros.
“Um dos pneus da carruagem que leva a Imagem estourou por conta do peso da estrutura, que tem uma tonelada”, disse Francisco Juarez Peireira, que trabalha como voluntário há 20 anos, prestando apoio à corda.