Depois de mais um cancelamento de audiência da superintendência do Incra com o MST, em Marabá, os ânimos de clientes da reforma agrária estão exaltados.
A indignação é grande
Nesse momento uma comissão do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra do Sul e Sudeste do Pará tem audiência negada pelo Superintendente do Incra SR27, em Marabá.
– Essa audiência foi marcada para o dia 23/09 depois adiada novamente e agora chegamos aqui e ele se mostra um mentiroso ao se negar a receber os agricultores familiares que aqui estão. diz um dos agricultores do local.
O Superintendente Antônio Miranda, conhecido como Mirandinha, disse que não ia receber os trabalhadores, que, em represália, se negaram a deixar o prédio do instituto, ameaçando iniciar ocupação sem data para retirada caso a postura do funcionário público não mudasse.
Um bate-papo entre a Polícia Federal, Polícia Militar e a coordenação do MST apaziguou a radicalização com a retirada dos militantes do movimento.
Não houve casos de violência no local e o movimento garante que não quer que a situação chegue ao extremo.
O Incra anunciou que marcará nova data para receber o MST.
Polianne Soares, da direção do MST no Sul/Sudeste do Pará, disse ao blogueiro que “é preciso relacionar o fato que ocorreu hoje nas dependências do Incra de Marabá a uma política do atual governo federal, que tem sido aplicada no país objetivando criminalizar os movimentos sociais e inviabilizar a reforma agrária. Quando a Superintendência do Incra é entregue nas mãos de um latifundiário, considerando que a superintendência do órgão não dispõe de nenhum tipo de estrutura e de recursos para a aquisição de áreas ou do trabalho de vistorias – isso sinaliza a paralisação da Reforma Agrária”, disse Polianne.
Sobre o cancelamento da audiência, a dirigente do MST adianta:
-“Isso é decorrente do alinhamento existente entre o governo federal e Incra, uma orientação oficial para que o movimento social não seja recebido nas superintendência. E nós repudiamos isso porque temos o direito de ser recebidos em qualquer repartição pública, já que somos cidadãos brasileiros. Então, como qualquer outro movimento social que luta por dignidade, por terra e por vida, temos esse direito. Um direito que temos de entregar nossas pautas aos órgãos públicos. Acrescente-se que esses órgãos públicos precisam cumprir seu papel. Lamentamos muito o que aconteceu hoje no Incra, porque estamos cada vez mais vendo, no Brasil, um estado de exclusão, que fere os direitos constitucionais dos brasileiros”, finalizou Polianne.