A Polícia Civil do Pará prendeu o fazendeiro José Brasil de Oliveira, que juntamente com Geraldo Daniel de Oliveira e João Batista Rodrigues Jaime, genro de Geraldo, são acusados de cometer crimes de danos em área de proteção ambiental, poluição e queimadas, em associação criminosa. A prisão foi realizada em Goiânia (GO), com ajuda da polícia local, no curso da operação Labaredas, deflagrada, nesta quinta-feira, 29, pela polícia paraense. Geraldo Oliveira e João Batista permanecem foragidos.
As prisões foram decretadas pela juíza da comarca de São Félix do Xingu, Tainá Monteiro da Costa. Os irmãos Geraldo e José de Oliveira são proprietários da Fazenda Ouro Verde, localizada na Área de Proteção Ambiental (APA) Triunfo do Xingu, unidade de conservação instituída pelo Estado do Pará.
Ambos já têm passagem pela Justiça Criminal, e Geraldo já responde a quatro ações por crimes ambientais. A juíza também autorizou a busca e apreensão pessoal dos aparelhos celulares encontrados em poder do trio no momento do cumprimento do mandado de prisão, a fim de obter acesso às conversas e dados constantes nos aparelhos apreendidos
Os três serão transferidos para o presídio da região, sob justificativa de garantia da ordem pública, levando em consideração os indícios de autoria elencados pela polícia, como imagens de satélite com demonstração de desmatamento indiscriminado de uma área de 5.574 hectares, correspondente a 6.193 vezes o estádio do Maracanã.
“O feito aponta, por ora, ousadia e persistência na atividade criminosa por parte dos representados que, ao que apontam os indícios, promoveram danos em unidade conservação ambiental, inclusive, por meio de queimadas, de modo reiterado e organizado, perpetrados em inúmeras ocasiões”, proferiu a magistrada no despacho.
A juíza ressalta que a polícia juntou ao inquérito depoimentos, que demonstram que pessoas contratadas para a realização das queimadas, provocando incêndio e danos na unidade de conservação. “Há depoimento prestado por um fiscal ambiental da Secretaria de Meio Ambiente Estadual, o qual revelou que quando efetuava suas atividades no local foi ameaçado por indivíduos em motocicletas, em tese, a comando do representado Geraldo Daniel de Oliveira. Outros indivíduos foram ouvidos, inclusive mediante recurso audiovisual sem cortes, todos mencionando ocorrências de caráter ilícito, no mesmo contexto que as já discorridas”, destaca a juíza na decisão.
Por isso, ela afirma que neste cenário “é clara a gravidade da conduta em exame, seja pela extensão da área objeto dos delitos, pela diversidade deste, pela recorrência da atividade predatória e pelo prejuízo difuso ocasionado à sociedade. A todas as circunstâncias peculiares e concretas já narradas, adiciona-se o fato de que os representados Geraldo Daniel de Oliveira e José Brasil de Oliveira já possuem outras passagens pela Justiça Criminal paraense, sendo que aquele, inclusive, já respondeu pelo menos outras quatro ações penais tendo como objeto delito ambiental”, acentua a magistrada.
Parte da APA Triunfo do Xingu destruída pelos fazendeiros em São Félix do Xingu
Após a decretação da prisão, a Polícia Civil do Pará, realizou a Operação Labaredas e se dirigiu a Goiânia, onde efetuou a prisão do fazendeiro João Batista. Já o genro foragido de justiça, Geraldo Daniel de Oliveira, é suspeito de ter contratado mais de 50 homens para derrubar a área de proteção ambiental, causando imensos focos de destruição na floresta nativa, causando pânico na região e temor nacional e internacionalmente.
As investigações apontam Geraldo como mandante das queimadas, José Brasil de Oliveira e João Batista Rodrigues como suspeitos da autoria da destruição da mata pelos incêndios criminosos.
Durante a operação, Paulo Henrique Santos Marques foi preso em flagrante com um revólver calibre 38 sem porte legal, durante cumprimento de busca e apreensão, na sede da fazenda em São Félix do Xingu. Ele vai responder pelo crime de porte ilegal de arma de fogo. A operação contou com suporte do helicóptero do Grupamento Aéreo de Segurança do Estado (Graesp).
Foto acima: Geraldo (mandante à esquerda) e José Brasil os fazendeiros presos – Crédito: Reprodução / Polícia Civil do Pará
Fonte: TJPA e Polícia Civil
Genoveva
2 de setembro de 2019 - 12:06“Pois é..o nosso presidente garantiu que podemos desmatar. E que esse negócio de meio ambiente é frescura.” É assim que stá esse Brasil..triste isso!