É problemática do ponto de vista de geração de conflitos pontuais a viagem de Ana Julia a Eldorado do Carajás. A Faepa está revoltada com a presença efetiva do governo nos atos que lembrarão os onze anos do massacre ocorrido na Curva do S. Durante a semana que passou mensageiros articulados de Ana estiveram conversando com Carlos Xavier, presidente da Federação da Agricultura. Da mesma forma, outros personagens do governo terão ainda que arredondar a programação da visita diante das informações de lideranças do MST de que Ana Julia colocará seu secretariado para despachar administrativamente em Eldorado, atendendo na hora as reivindicações dos movimentos sociais.
hiroshi
18 de abril de 2007 - 03:17Isso, Cris, RELEMBRAR o assassínio coletivo; NÃO ESQUECER, jamais. MEMORIZAR na alma como cola apurada de sapateiro. Por que mesmo relembrando em escala universal sempre haverá um espírito de porco de plantão a pensar que corpos humanos no flagelo rural são tabuleiros de pirulito com espaço para mais buracos.
Bom te ter aqui valorizando os comentários.
Bjs.
Cris Moreno
17 de abril de 2007 - 18:51Acho que a palavra adequada para a visita, também, além dos comentários de val-andré mutran, do quaradouro, e do próprio post do Hiroshi, é relembrar!
Nunca esquecer para que não aconteça novamente!
Bjs. C
Quaradouro
17 de abril de 2007 - 03:15Aos interessados na questão agrária e seu efeito mais perverso, o morticínio, sugiro dar uma olhada na postagem que acabei de fazer no Quaradouro.
Quaradouro
17 de abril de 2007 - 03:14Eu ia dizer alguma coisa, mas ficaria assemelhado, em parte, ao que diz o Val-André. Sim, o primeiro e último governador do Estado a relacionar-se com os sem-terra da Curva do S foi exatamente seu algoz, o que escapou ileso dos tentáculos postiços da justiça – Almir Gabriel.
Se dona Júlia vem vê-los, tudo bem; vai-se colocar algumas ataduras quentes numa ferida aberta há mais de década que, necrosada, fede até o exterior. Não se trata de mea culpa, entendo, mas de ir ver de perto o estrago que um Estado dirigido por incompetentes fez
Isso ameaça o latifúndio? Tás brincando, ó anônimo das 8:11 PM…
E daí se dona Júlia faz isso em seu nome ou em nome da DS, sufocada pelas demais “tendências” (Arrham!), que tantam encantoa-la no próprio governo, encaçapando cargos, fazendo conchavos dentro da própria administração?
Não dou até junho próximo para que dona Júlia dê um chega-pra-lá na curriola que quer mandar mais do que ela, dona do mandato.
Lembrai-vos de Davi Passos,o filósofo, que só passou a administrar seu município quando
varreu de seu lado os fantasmas sombrios da caverna de Platão.
Evidentemente amanhã estarei lá, na curva do S, anotando este momento histórico assinalado por dona Júlia. A C-S é hoje o sinal mais notório do holocausto vivido por trabalhadores sem eira nem beira deste país. E,no substrato mais profundo, é também um produto da política que desde 1500 norteia a ocupação e posse do solo brasileiro.
Anonymous
16 de abril de 2007 - 23:11Ganhou o Basa, mas ficou sem o Incra Nacional. Por isso a DS da Ana Júlia está querendo a superintência regional da autarquia em Belém. Carlos Guedes de Guedes, principal interessado, está nos bastidores agindo para tal. Cooptou a Fetraf, que quer indicar o ex-MST Raimundo Nonato Coelho. Sobre o hoje conhecido Nonato da Fetraf, o Liberal publicou matéria, domingo passado, dando conta das maracutaias que o sujeito anda aprontando.
As regionais da Fetagri-Contag e do MST do norte, que apoiaram a permanência de Rolf Hackbart na presidência do Incra, em oposição ao nome da Ana Júlia, não querem nem ouvir falar do tal Nonato, expulso do MST por falcatruas.
Ontem, sexta-feira 13, a PF fez diligência na superintendência regional do Incra de Santarém, que terminou à meia-noite. Durante 12 horas vasculharam papéis e computadores em busca de indícios das maracutaias que o Pedro Aquino, titular da regional, estaria aprontando. Até grampo de telefones fizeram. O affaire envolve favorecimento de empresas em licitações.
O detalhe é que Pedro Aquino, indicação do Zé Geraldo e CIA, vinha sofrendo assédios da DS, através do Carlos Guedes.
Resta saber se a DS tem algo a ver com a intervenção da PF no Incra de Santarém, para tirar o PT pra Valer da jogada e ficar com a superintendência.
Tõ dizendo meu mano, eles são gulosos, querem tudo. Aos aliados, as batatas.
A PF ficou durante 12 horas no prédio do órgão.O superintendente, Pedro Aquino, está sendo investigado por favorecimento de empresário em licitações.
Só para não te deixar por fora da situação te mando o texto que segue.
Será que tem o dedo da DS nessa história?
Após ficar com o BASA e perder a disputa pelo Incra nacional, a DS da Ana Júlia quer, sabidamente, a superintendência regional do órgão em Belém. Carlos Guedes de Guedes, principal interessado, está nos bastidores agindo para tal. Segundo comentam, ele quer indicar o coordenador estadual da Fetraf, Raimundo Nonato Coelho, ao cargo de superintendente.
A Fetagri-Contag e o MST do norte, que apoiaram a permanência de Rolf Hackbart na presidência do Incra, em oposição ao nome da Ana Júlia, não querem nem ouvir falar do tal Nonato, expulso do MST por falcatruas. Sobre o hoje conhecido Nonato da Fetraf, o Liberal publicou matéria, domingo passado, dando conta das maracutaias que o sujeito anda aprontando.
Controle da política agrária
Com a tomada da superintendência de Belém, Guedes passaria a controlar a política agrária em nível regional, e estabeleceria uma base sólida no meio rural para uma futura candidatura. Mas para controlar toda a política em nível estadual, ele precisaria das três superintendências existentes no Pará e de todos os órgãos afins, incluindo os estaduais.
Vejamos o quadro atual: Cooptou a Fetraf à época em que era delegado federal do MDA no Pará. Continua no controle da delegacia, inclusive tendo colocado Soraia Viana, esposa do coordenador da Fetraf no posto de delegada adjunta, função antes ocupada pela atual chefa de gabinete da Ana Júlia, Helena Nahoum (o delegado titular atual é José Abucater, ex-ouvidor agrário do Incra). Compartilha a Sagri, tendo colocado gente ligada à Fetraf em cargos de assessores DAS da secretaria. O Iterpa é da DS, Emater idem. O Basa e Banco do Brasil, agentes financeiros dos programas do MDA, estão sob controle. Faltam as superintendências regionais do Incra – Belém, Marabá e Santarém – para fechar o círculo.
Entendendo a trama
A política agrária federal inclui programas de créditos para a produção familiar (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar); moradia (para assentados, através do Incra e para agricultores em geral, através de convênio com a Caixa); educação (Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária – da alfabetização até o nível superior); infra-estrutura (energia, saneamento e estradas); além de outras ações e serviços que estabelecem ponte com os movimentos sociais, como a cesta básica. Tudo isso representa investimentos consideráveis. Só de Pronaf, no ano passado, foram mais de 100 milhões de reais, no Pará.
Acontece que alguns desses programas são compartilhados entre as delegacias regionais do MDA e as superintendências do Incra, e podem ser realizados através de convênios com outros órgãos (municipal, estadual e federal). Ao Incra cabe a competência exclusiva pela coordenação e execução da reforma agrária e regularização de terras.
O Pronera, por exemplo, bastante solicitado pelos movimentos sociais, é coordenado pelo MDA, mas executado pelo Incra. Os créditos, que interessam a todo mundo, é mais complicado. Têm os da reforma agrária, os do MDA. Em comum, o fato de ter como agentes financeiros o Basa e o Banco do Brasil.
Já a cesta básica, outro serviço de grande apelo eleitoral, é distribuída pelas ouvidorias agrárias, que estão diretamente subordinadas ao Incra. Antes eram vinculadas ao MDA.
Resumindo a trama
Como já foi dito, para se controlar toda a política agrária federal no Pará se necessita das três superintendências do Incra, e Guedes precisaria tirar algumas pedras de seu caminho. O superintendente de Santarém, Pedro Aquino, que está sendo vasculhado pela PF, é do grupo do Paulo Rocha; o de Marabá, da turma da deputada estadual Bernadete Ten Caten; e o de Belém é indicação da Fetagri e CIA.
E como todo blogueiro já sabe, os grupos do PT travam uma briga de foices e martelos no escuro.
O detalhe importante da novela é que Pedro Aquino vinha sofrendo assédios da DS, mas recusou a cooptação. Resta saber se, pra tirar a turma do Paulo Rocha da jogada, a DS chegou ao ponto de preparar uma SEXTA-FEIRA 13 para o superintendente do Incra.
É o perigoso jogo da DS.
Anonymous
16 de abril de 2007 - 15:58Os donos de latifúndios estão encontrando pela primeira vez um governo que não será conivente com as mortes no campo e a grilagem desenfreada que por muitos anos vem manchando o nome da bandeira paraense.
Anonymous
16 de abril de 2007 - 13:29Durante os doze anos dos governos de Almir e Jatene dificlmente eles vinham ao Sul do Pará. Ou quando faziam era para reuniões escondidas em jantares com os mais aquinhoados de cada município. Agora que aparece um governo que quer olhar o povo de frente, conversando com todos nao importa o local, isso provoca “crise”. As elites deste país não se emenam mesmo!
Val-André Mutran
16 de abril de 2007 - 06:55É relevante a Governadora despachar com as vítimas auscutando as vítimas do imbróglio que aniversaria onze anos posto, no chamado: “Massacre da Curva do ‘S'”. E se quiserem os 19 sem-terras assassinadados, chacina…ato de eliminação…Cansa-me após onze anos essa e outras abordagens. Fica prá mim a oportunidade de, agora, um novo ente, na pessoa de uma mulher – a governadora do Pará – que algo mude.
Surpreendente seria, posto consistência tivesse. A governadora inverter a pauta, de maneira à população entender seu real objetivo humanitário no resgate à ato condenável de governo anterior ao seu.
Parece-me que nessas horas a imbecilidade, a falta de criatividade e a impublicável sentença do óbvio ou que seja o hululante, passa a rasteira num ato de tinha tudo para unir o setor produtivo e a quebra de um paradgma de guerra entre fazendeiros e gente atrás de um oportunidade. A última, externada no imblóglio que envengonha a todos os brasileiros.
Democrática, republicana e nada oportunista de desarmar corações e ímpetos era o que esperava da Chefe de Governo.
Falta muita janela para Ana, observo.
Distante milhas, e milhas e milhas, da Júlia. Juro! é o que vejo.
3:46 AM, Abril 16, 2007
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