Clique aqui para duas matérias da Folha sobre o caso Dilma x Lina.
A primeira matéria fala do Lula cobrando de Lina (a ex-Secretária da Receita) a divulgação da sua agenda, para comprovar se de fato houve ou não a propalada reunião com Dima Roussef – na qual supostamente teria sido pedido para “acelerar” as investigações sobre o filho do senador José Sarney.
Aí a Folha faz uma segunda matéria, dizendo que a agenda… da Dilma não registra todos os seus encontros. Tenta absolver antecipadamente Lina se, de fato, o suposto encontro não estiver registrado em sua agenda.
O buraco é mais embaixo.
O fundamental é Lina informar com exatidão dia e hora em que ocorreram os tais encontros com a Ministra e com sua assessora, estando ou não registrado em sua agenda. Não terá dificuldades, dada a relevância do suposto encontro, se ele de fato aconteceu.
Tendo esse dado, de duas uma: Dilma e a assessora poderão provar que naquele momento estavam em outro compromisso, com testemunhas e tudo; ou então não conseguem provar e aí então a denúncia ganha consistência.
Sem tais dados básicos, como esclarecer o episódio?
Desenhando bem devagarinho para não dar margem a dúvidas.
Se Lina não diz o dia e a hora do encontro, Dilma e sua assessora terão que apresentar testemunhas para cada minuto que passaram no período apontado. Imagine só a defesa:
1. Às 7 da manhã de segunda, eu estava no local xis.
2. Às 8 da manhã, no compromisso y.
3. Às 9 da manhã, com tal autoridade.
4. ……….
5. Às 9 da noite, no meu gabinete.
6. Às 10 da noite, jantando.
7. Entre meia noite e 7 da manhã, dormindo.
8. Às 7 da manhã de terça, levantando.
Portanto, a informação sobre dia e hora do encontro é fundamental.
Outro ponto. Lina argumentou que não teria dia e hora pelo fato de sua agenda estar embalada.
Não precisava ter dito isto, já que se supõe que agenda de Secretária de Receita seja eletrônica e esteja na Internet. Mas se afirmou é porque o compromisso estava marcado na sua agenda pessoal. Ora, de lá para cá desembalou a agenda. Ou não?