O índice nacional de Desenvolvimento Humano Municipal, mediano, é de 0,76. No Pará, Belém aparece como município de melhor valor, com 0,80 -, enquanto o IDH de Marabá é de 0,71.
Estudos da Vale do Rio Doce apontam para os próximos dez anos um índice marabaense não superior a 0,80 – o que convenhamos, torna-se bastante discutível a compreensão desse extratosférico índice de crescimento em torno de 20%.
Sabemos que o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida comparativa de natalidade, esperança de vida, educação, alfabetização, pobreza, e outros fatores para os diversos países do mundo. Seu valor mede o bem-estar de uma população, especialmente bem-estar infantil.
Uma década de pesados investimentos na implantação de mega-projeto para exploração de cobre, com as diversas oportunidades que ele oferece aos empreendedores e geração de empregos, é um período onde uma geração estará buscando se firmar na vida. Se nessa faixa de tempo, o municípiop com invejável taxa de cescimento não consegue ser incluído no grupo de IDH alto (a partir de 0,800), mais uma vez se evidencia a convicção de que o crescimento não caminha de mãos dadas com a melhoria da qualidade de vida das pessoas.
gilcarlo
8 de maio de 2007 - 00:54adelina,
concordo plenamente com vc., quanto á s figuras travestidas de empresários com responsabilidade social. Tem de salientar, igualmente, que estes estudos da CVRD são, na verdade, de empresas terceirizadas na busca de lucro somente e concordante com a postura desta grande empresa.
Portanto, nem tudo o que é publicado, exsite seriedade devido aos interesses empresariais ou pelas limitações técnicas ou incompetências destas empresas terciarizadas.
Adelina
3 de abril de 2007 - 19:46Caro Hiroshi: tenho acompanhado quietinha o seu Blog. O ânimo pra comentários anda pequeno, muito pequeno. Possível fruto da ressaca cívica que meus quase 58 anos fazem pesar.
Mas, lendo o comentário do Pagão, “coçam” na memória fatos, cenas, diálogos arrogantes, previsões estapafúrdias de 24 anos atrás.
Nós sempre fomos um “acidente” no trajeto da ferrovia. Entre o porto e a mina, há apenas, para a CVRD, 900 kms de pernas de ferro que nem sequer levaram Marabá ao mar. Para nós veio apenas o sal amrgo. O mar ficou em São Luiz.
A perspectiva é que cada vez mais o cinismo e a mentira, embrulhados pra presente, nos sejam impingidos, cordiais que somos.
Não mais pelos coronéis da Vale, mas por figuras quase simpáticas, travestidas de empresários com responsabilidade social.
Nossas elites são miúdas demais, egoístas demais, medíocres demais. Nossos políticos não têm grandeza, não tem compromissos para além dos votos a cada 4 anos. Não vou esquecer que há as honrosas exceções, mas elas não prevalecem.
Mas, mesmo que vagarosamente a parcela mais dinâmica da sociedade se move, à revelia de uns -elites – e de outros – políticos. Informações como as que Pagão transforma em retrato 3×4 da contestação possível, qualificada, e o acompanhamento do seu Blog é que permitem a divulgação e o debate amplo e permanente.
Não há dragões para além dos moinhos. São só moinhos, ainda que mais sólidos do que se imaginava, e que precisam ser derrubados.
Continuem a levar a notícia.
O povo precisa saber.
Abração
hiroshi
31 de março de 2007 - 02:01Irmão, sem maiores comentários. O que tá dito aí reforça as preocupaçoes expressas nos post sobre o tema. Quiça os interesses maiores dos grandes investidores em torno de Salobo não aprofunde mais ainda a distância entre os poucos que tem muito e os milhões de quase nada.
Vai à ribalta, agora mesmo.
Abs
Quaradouro
30 de março de 2007 - 23:08Anota aí, mano velho:
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) no Brasil é uma avaliação que o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) criou no início da década de 1990 para avaliar o bem-estar de uma população.
Três componentes básicos do desenvolvimento humano são levados em conta nesta avaliação:
a longevidade, que também reflete, entre outras coisas, as condições de saúde da população;
a educação;
a renda; medida pelo poder de compra da população.
A metodologia de cálculo do IDH envolve a transformação destas três dimensões em índices de longevidade, educação e renda, que variam entre 0 (pior) e 1 (melhor), e a combinação destes índices em um indicador síntese.
Aplicado a todos os Estados, esta avaliação traçou um perfil socioeconômico bastante revelador do nosso município. Por exemplo:
Entre 1991 e 2000, a população de Marabá teve uma taxa média de crescimento anual de 3.60%, passando de 123.668 (1991) para 168.020 (2000).
No mesmo período, a taxa de urbanização diminuiu 3.45, caindo de 82.83% para 79.97%, enquanto encolheu em 23.41% a taxa de mortalidade infantil, passando de 58.18 (por mil nascidos vivos) em 1991 para 44.56 (por mil nascidos vivos) em 2000, e a esperança de vida ao nascer cresceu 3.28 anos, passando de 61.80 anos em 1991 para 65.08 anos em 2000.
E numa demonstração de crescente desigualdade social, a pobreza (medida pela proporção de pessoas com renda domiciliar per capita inferior a R$ 75,50, equivalente à metade do salário mínimo vigente em agosto de 2000), atingiu 44% da população de 168.020 habitantes.
Este conjunto de fatores – aumento da população e da pobreza, mais a queda da taxa de urbanização, entre outros – aponta para graves problemas urbanos, principalmente no que respeita à falta de moradia, saneamento básico, acesso de milhares de famílias a serviços públicos como energia elétrica, água tratada, transporte, telefonia, escola etc.
Recorda-se que, em 1995, calculava-se um déficit habitacional da ordem de 5.000 moradias apenas na área urbana de Marabá, já submetida a invasões crescentes desde 1974.
São frutos dessas invasões os bairros Cidade Nova, Laranjeiras, Liberdade, Independência, Folha 33, 34 e 35, entre tantos outros espaços precariamente incorporados à malha urbana.
Ainda assim, permanece como um problema, não devidamente colocado em pauta, a falta urgente de uma política habitacional para a cidade.
E poderia estar pior, se o município não tivesse perdido DE GRAÇA terreno e população para as emancipações de Parauapebas, Canaã dos Carajás, Eldorado de Carajás, Água Azul do Norte e Curionópolis – todas, claro, em função dos negócios de Mama Afríca do Rio Doce. Falar agora em IDH (Ixi, Deixe de História!) avançado como resultado de investimentos em patrimônio imobilizado em mina, transporte e porto concentrados numa só empresa e tirar sarro da nossa cara.