Em quase 130 anos de história republicana, diversos políticos ocuparam lugar no parlamento brasileiro. No entanto, apenas um deles era representante da etnia indígena: Mário Juruna.
O cacique xavante foi o único índio a ser eleito para o Congresso Nacional, assumindo o mandato de deputado federal pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT) do Rio, entre os anos de 1983 e 1987.
Em 2018, um segundo representante das nações indígenas poderá se eleger para uma cadeira no Senado.
Trata-se de Telma Marques Taurepang – Secretária do Movimento de Mulheres Indígenas de Roraima, que tem seu novo fortalecido em todos os Estados pelas representações de aldeias e movimentos sociais.
O nome de Taurepang já tem aparecido bem nas tendências eleitorais do Estado e tem mobilizado diversos setores das comunidades sob discurso de renovação da política de Roraima.
Telma é filiada ao Partido Comunista Brasileiro, originária da comunidade indígena Mangueira.
Aos 41 anos, casada, mãe de três filhos, Telma desde a infância já acompanhava a luta dos familiares e, principalmente, a luta do seu povo, Taurenpag e outros povos do estado de Roraima.
Convidada a participar de quase todos os eventos promovidos pelas nações indígenas, de Norte a Sul do país, Telma Marques Taurepang fez com que, primeira vez, uma mulher Taurepang assumisse uma organização indígena.
Em 2010 foi eleita com 3.540 votos para assumir a Secretaria de Mulheres Indígenas, um departamento dentro de uma organização de renome no estado de Roraima, respeitada internacionalmente pela atuação em defesa dos direitos dos povos originários no estado, com a conquista da demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol.
Em conversa com o blogueiro, Telma demonstra segura visão do que pretende fazer, caso seja eleita, no Congresso Nacional.
“Diante da conjuntura política e social em que nós povos indígenas passamos hoje, de ameaça aos nossos direitos indígenas, perseguição e pressão política por parte dos poderes que compõe o nosso Estado brasileiro, legislativo, executivo e judiciário questão essa que, infelizmente, vem causando instabilidade, insegurança aos povos indígenas de todo o Brasil, acredito que o importante, assim como em todas as lutas, é continuar com o fortalecimento, união, resistência, da mesma forma como nesses 514 anos de conquista.”, defende a líder indígena.
Telma lembra que a organização social das comunidades indígenas, o ingresso de indígenas no ensino superior, formação de professores e agentes indígenas de saúde, projetos de sustentabilidade, ações de vigilância e monitoramento das terras indígenas e articulações regionais, nacionais e internacionais, são alternativas desenvolvidas nas comunidades e juntos com os povos, que a partir de um processo de conquista de direitos indígenas, “nós fomos enfrentando e com esforço conquistamos resultados positivos, resultados das nossas lutas. “
Para ela, o papel da mulher indígena é fundamental no processo de avanços.
“Enquanto representante das mulheres indígenas, como defensora da causa indígena, não só da causa das mulheres, mas defensora de um direito coletivo, dos povos indígenas reforço que, o papel da mulher em todo processo de luta, seja indígena ou não, o importante é garantir essa participação de gênero nas instancias sociais, porque também somos frutos de uma história de luta e resistência, principalmente, pela conquista de participação democrática e que hoje, também faz parte do protagonismo social no Brasil.
Telma entende que “a visibilidade das mulheres indígenas aparece cada vez mais nas discussões de terra, saúde, educação, política e sustentabilidade”, ao mesmo tempo em que defende, para a saúde, “que as práticas tradicionais se integrem com a medicina ocidental, de forma complementar”
Além do cargo de chefia que ocupa na Secretária do Movimento de Mulheres Indígenas de Roraima, Taurepang faz parte do conselho de mulheres da COICA (Coordinadora de la Organizaciones Indígenas de la Cuenca Amazónica); membro do Conselho Consultivo da Secretaria de Mulheres Indígenas da América Latina; integrante do Comitê Indígena de Mudanças Climáticas — CIMC, além de participar das mais importantes conferências fora do país.
Quando lhe é perguntado sobre como viver entre duas culturas, Telma responde: — “É achar meios para uma sintonia sem atrito. É viver e manter nossos costumes, desde nossos antepassados, pois a cultura civilizada vive em mutação constante.”
Na visão da líder feminina, um dos maiores desafios das comunidades indígenas, no momento, é ter liberdade para eleger representantes no que tange aos órgãos que defendem os povos indígenas, em todas suas amplitudes. Discutir terras indígenas, acabar com os conflitos agrários; titulação de terras aos indígenas que delas vivem.
– “Assim será dado o primeiro passo para acabar com os assassinatos por demanda de terras”.
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Atualização às 16h15
Em verdade, Telma Marques Taurepang tem 45 anos e ocupa, desde 2016, uma organização a nível de Amazônia, a União das Mulheres Indígenas da Amazônia Brasileira – UMIAB.
Felipe Queiroz
31 de março de 2018 - 13:57Força Telma!!!!!
Raimundoj
1 de fevereiro de 2018 - 09:32Não sou de Roraima mas graves problemas indígenas são mundiais; é por isso que torso por Telma.
wad
29 de janeiro de 2018 - 10:12escolheu um partido orgânico que prioriza as lutas ombro a ombro, estamos contigo Telma!
CAIO KAXINAWA
23 de janeiro de 2018 - 23:10Isso aí Telma, se forte para direção política, enfrentar a mulher guerreira no nosso Brasil, cujo que a nação que povo escolher,
Luiz Antônio Ramos Balthazar
20 de janeiro de 2018 - 20:13Tive o prazer de conhecer Telma em Brasília, no Acampamento Terra Livre. Percebi sua luta e comprometimento. A partir desse encontro meus horizontes e interesses pelas questões indígenas estão se ampliando e procurando de alguma forma contribuir com as lutas indígenas por reconhecimento de sua cultura e modo tradicional de ser. Parabéns Telma, avante na Luta.
Rille
20 de janeiro de 2018 - 19:41Telma , sou suspeito em falar de uma pessoa mais que especial, quem conhece sabe quanto tempo vem lutando por causas , lutas , batalhas a favor dos nossos povos indígenas. Vamos na luta minha irmã.
David taurepang
20 de janeiro de 2018 - 18:55Esse é o momento certo para mostrar que a política ainda tem solução, só depende de você e eu, e agradeço desde já a confiança de cada um.
Ozéas Marques Taurepang
20 de janeiro de 2018 - 10:56Vai nessa tua força mulher guerreira!
Michel Galiotto
20 de janeiro de 2018 - 09:05Roraima está pessimamente representado no senado por Romero Jucá.
O estado merece uma pessoa de qualidade como Telma Taurepang.
Sorte!
marly
20 de janeiro de 2018 - 08:40TIVE o privilégio em ouvir seu discurso no chamado da Floresta em 2005, Manaus, sei o quanto tem enfrentado dificuldades para vencer as barreiras. Siga em Frente há um povo que a séculos aguarda por respostas. Mostrem que tem chances de fazer diferente.
Marineide peres
19 de janeiro de 2018 - 19:36Sou marineide peres, macuxi, precisamos de política afirmativa para as mulheres indígenas, moro em Pacaraima. Nas comunidades indígenas do Alto São Marcos, à muito violação de direitos desses mulheres.
Paulo Thadeu Franco das Neves
19 de janeiro de 2018 - 19:17Avante Guerreira . O povo de Roraima está contigo.
antoniomarcos Pereira de souza
19 de janeiro de 2018 - 18:02Me visite
antoniomarcos Pereira de souza
19 de janeiro de 2018 - 18:00Boa tarde quer dizer que a senhora vai sair pra senadora espero que VC me visitar
José Cristovan
19 de janeiro de 2018 - 17:02Conheci Telma Taurepang há pouco mais de três ao visitar a linda região de Tepequém no estado de Roraima. De lá para cá, pude conhecer cada vez mais a seriedade dessa mulher e o seu empenho na defesa do seu povo de todas as comunidades indígenas da Amazônia brasileira.
Farei todo o possível para que Telma Taurepang possa chegar ao senado e desenvolver uma boa representação política e humana. Será um bem para a população de Roraima se toda a sua população compartilhar esse projeto, além de fazer história, ao varrer para o lixo alguns políticos corruptos de seu estado que dispensam apresentação e que tanto mal estão fazendo para o país.
Concimar sompre
19 de janeiro de 2018 - 16:46Telma Taurepang é uma mulher guerreira, lutadora e autentica!
E está preparada pra assumir o Senado . Tenho orgulho e me sinto bem representada por ela.
Os povos indígenas do Brasil precisam dessa força guerreira que existe dentro dessa mulher.
Sua trajetória de luta ao lado dos povos, só solidifica ainda mais a nossa união e total apoio a candidatura da nossa futura Senadora .
Avante, Telma Taurepang .