– “Eu sempre disse que o zoneamento (Zoneamento Econômico-Ecológico), mais do que qualquer coisa, tem de ser um pacto entre os vários segmentos da sociedade, acerca da nossa relação com a natureza. Porque, se você tiver só um conjunto de mapas e não tiver esse pacto, ele vai virar um documento de prateleira.
Vou citar alguns números importantes, para refletirmos.
A Amazônia representa 60% do país, tem 12% da população e gera só 8% do PIB, o que já é um desequilíbrio, porque há uma participação da população menor que a do PIB.
E o que é mais dramático: para gerar 8% do PIB, ou seja, de toda a produção do país, a Amazônia emite mais de 50% do CO2 emitido pelo Brasil.
Há um estudo recente, do Instituto Mackenzie, no qual se procura ver o seguinte: como é que o Brasil transita dessa economia atual para uma economia de baixo carbono?
E ele mostra que o mundo emite, hoje, em torno de 45 gigatoneladas de carbono. Se nada for feito, estaremos emitindo, em 2030, cerca de 70 gigatoneladas. Mas, para que a temperatura média da Terra não se eleve além de uns 2 graus, teríamos de estar emitindo, em 2030, cerca de 35 gigatoneladas – ou seja, a metade.
Isso significa que é preciso um esforço global para o rebaixamento desse patamar, o que vai exigir uma ação com três componentes fundamentais.
O primeiro é a busca de matrizes energéticas mais eficientes e menos poluentes.
O segundo é a busca de padrões de consumo menos agressivos ao ambiente. E veja: essas medidas que têm o caráter de induzir o consumo responsável são fundamentais. Essa maior regulação por parte do Estado vai acontecer, mesmo, e não só no Brasil, porque se trata de uma questão global e prioritária.
O terceiro é a garantia de nichos de prestação de serviços ambientais, em escala planetária.
Então, para mim, a discussão central é como é que se transita de uma economia que foi incentivada nesses moldes. Porque o modelo padrão de ocupação da Amazônia, o nosso papel de “fronteira” para o resto do Brasil, foi imposto à região; não foi uma opção daqueles que aqui vivem.
Então, é verdade que, quase 50 anos depois da chamada “corrida rumo ao Norte”, o país conseguiu driblar a Reforma Agrária. Mas, engendrou, aqui, uma das estruturas fundiárias mais perversas, distorcidas, injustas e pouco produtivas”
Pegada acima é de Simão Jatene, falando sobre tema que ele tem se dedicado nos últimos tempos: meio ambiente. O ex-governador concedeu entrevista ao blog da repórter Ana Célia Pinheiro -, abordando a questão e, principalmente, política.
Anonymous
25 de junho de 2009 - 21:23Pra defender é preciso, antes de mais nada, conhecer. Daí, caro anônimo, a receita certa é outra: Simão jatene é o melhor neome, sem sombar de dúvida.
É só comparar. Com o adversário de hoje e com o de amanhã.
Anonymous
24 de junho de 2009 - 19:36MARIO COUTO NELES!
Esse Simão vai acabar dando razão para os gringos que através dos ecochatos boicotam o nosso direito de crescer e desenvolver. Nós precisamos de um governo com pulso forte para barrar este desrespeito que estão fazendo com a nossa região, condenando a pobreza e a inferioridade 25 milhões de brasileiros. O cara pra defender a gente é outro: Mário Couto Neles!!
Anonymous
24 de junho de 2009 - 15:44A fala do ex-governador Jatene é uma boa alerta sobre essa questão ambiental, que deve mesmo ser tratada com muito cuidado e sabedoria. Do contrário seremos vítimas de nós mesmos. Literalmente.
É bom ler, refletir e discutir em outros campos.