Entendemos o receio de que essa anunciada crise mundial tome proporções catastróficas, no entanto, sugerimos que o gestor (prefeito de Marabá) mantenha um diálogo franco com a categoria e não tema em dizer suas reais intenções em relação ao recurso do FUNDEB, e, assim, como permitiu a categoria escolher o secretário, também permita que se faça um debate sobre a aplicação dos recursos e junto com “O POVO”. Decida os novos rumos da educação de Marabá, pois, acreditamos, após anos de experiência, seremos capazes de avaliar e eleger nossas prioridades.
Sugerimos a realização de um fórum com ampla participação de alunos, professores e pais. Entendemos que o povo que o escolheu ( prefeito Maurino) foi mirado na figura oposta do gestor anterior, e esperamos que não adote a mesma postura intransigente e autoritária do outro.
NB: Boletim acima circulou antes da reunião que o prefeito de Marabá manteve, ontem à noite, com três sindicatos, na qual foi apresentada a proposta de 5% de índice para o reajuste dos educadores.
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atualização às 10h30
O Sintepp não aceitou a proposta de 5%, decretando estado de greve.
Neste momento, manifestantes de entidades ligadas à classe interditaram metade da pista da Rodovia Transamazônica, em frente à secretaria de Obras, pressionando a prefeitura de Marabá acatar o pedido de 30%.
Maria José
20 de maio de 2009 - 02:27Falando em presidente do SINTEPP ele tomou uma bronca do vereador Edvaldo Santos hoje que até eu fiquei com vergonha pelo cara. O vereaor mencionou uma suposta notinha desrespeitando toda a câmara e com ataques pessoais ao vereador em questão dizendo que o mesmo não representava legitimamente os educadores, ora, se o sujeito foi eleito como representante do povo, baseado em que lógica, o SINTEPP diz que o sujeito não representa a categoria pra fazer discussão do FUNDEB. E pelo jeito não foi só o verador, que ficou na bronca não, o outro presidente falou que não ia assumir os erros do colega e que o SINTEPP se retrataria com o vereador. E os diretores do SINTEPP presentes engoliram a seco a bronca.
Anonymous
18 de maio de 2009 - 00:17Assisti num canal de TV local, o apelo do presidente do SINTEPP junto a população, no sentido de os apoiar nessa luta. Se não me engano, ele invocou o lado “conscientizado” da população.
Deve ter sido por isso que o comando de greve chegou no sindicato e estava fechado, ou será por outro motivo?
Adir Castro
17 de maio de 2009 - 00:00SOLICITO a permissão do proprietário do blog para traçar alguns poucos rabiscos. Se ele não postar, compreenderei. Se ele postar, os meus sinceros agradecimentos pela oportunidade.
Aproveitando a “deixa”, após ler muitos comentários de várias pessoas, em parte sobre o papel da educação, quero aqui registrar o relato de duas experiências e finalizar fazendo um breve comentário, sugestão e perguntas. Espero prestar uma colaboração para o debate, emitindo uma opinião sob a minha ótica e, sobretudo, diante da preocupante realidade que vejo em nossa volta. Claro que também respeitando e deixando espaço para quem quiser discordar dessa minha opinião.
Antes quero alertar, de que o que vou escrever talvez seja cansativo, longo e chato para quem não tenha paciência de chegar até ao final de uma leitura. Portanto, quem se encaixa nesse perfil, não continue desse ponto em diante.
PRIMEIRO VOU RELATAR UMA EXPERIÊNCIA PRÓPRIA
Sou filho de comerciante. Tendo desde cedo começado a conviver nesse ambiente e pela possibilidade de no futuro ter que assumir o negócio de meu pai, ele me mostrou algumas coisas que eu precisaria desenvolver para sobreviver dentro desse ambiente. Primeiro ele me cobrou conhecimento nas quatro operações fundamentais, que eu estudasse a tabuada em todas as suas “casas”. Em uma data mais adiante me perguntou se eu já tinha aprendido na escola a fazer porcentagem – nesse tempo eu cursava a 4ª série. Disse a ele que não havia aprendido sobre isso, mas sem confessar que sequer sabia o que era porcentagem.
Ele mostrou uma vez como se fazia porcentagem, numa situação real, quando estava recebendo umas mercadorias e as estava etiquetando com o preço de venda. Peguei as anotações, fiquei olhando e passei a refazer a montagem da operação. Em seguida substituí os valores e fui recalculando, já que eu sabia multiplicação, divisão, adição e subtração. Por incrível que pareça – fora a regra de três – essas quatro operações matemáticas fazem parte do quebra-cabeça para se conseguir descobrir margem de lucro, valor de venda, desconto sobre o produto comprado e vendido. Fiquei fascinado com essa descoberta e passei a praticar porcentagem, simulando situações.
Quando estava fazendo a 5ª série, no horário contrário a minha aula, eu já atendia no comércio. Quando cursava a 6ª tive uma disciplina em que a gente aprendia a fazer cartas comerciais, cartas de apresentação para pedido de emprego, recibos, notas fiscais, requerimentos, ofícios, currículo, preencher envelopes para correspondência, noções de movimentação de um caixa com entradas e saídas. Uma disciplina interessante, que no ano seguinte foi retirada da escola. Senti falta daquela disciplina, pois senti que havia muito mais coisas para ser visto por mim. Mas o que vi naquele ano, me ajudou nos anos seguintes e praticamente até hoje.
VOU RELATAR OUTRA EXPERIÊNCIA BEM RECENTE E TAMBÉM PRÓPRIA
Cerca de 6 (seis) anos atrás minha sobrinha cursava a mesma 4ª série. Um dia ela me pediu ajuda para resolver umas tarefas de matemática que a professora havia passado. Pedi então que ela me mostrasse como é que ela havia aprendido, até aquele momento, a fazer aquelas somas, adições, divisões, subtrações e multiplicações. Ela iniciou, traçando algumas linhas no sentido vertical, e entre as colunas que foram formadas pelas linhas, escrevia letras, se não me engano, era algo parecido com: U – D – C – M
Notei que minha sobrinha era muito fraca nessas operações matemáticas. Diante disso peguei uma tabuada – que acredito ainda existe – e todo dia num determinado horário a fazia passar a tabuada, começando pelo início. Depois passamos a fazer os cálculos diretamente no papel. Fazendo o que se chama de “obrigação moral”, já que essa é uma regra no que se diz respeito ao que se aprende dos outros, procurei ser mais didático que meu pai, explicando nos mínimos detalhes a montagem das operações que iríamos fazer, para com isso ela ter um aproveitamento melhor e um aprendizado mais rápido. Indaguei então como ela teria certeza de que os resultados daqueles cálculos poderiam estar certos. Ela não soube responder. O que é natural, já que a ela não foi mostrado.
Passei então a mostrar como fazer a prova, que num tempo não tão distante era bastante usado: a prova dos nove fora.
Algumas semanas depois de está resolvendo as tarefas escolares de casa, usando a mesma forma de calcular que aprendi e repassei a ela, a professora perguntou a ela quem estava ensinando aquela forma de fazer os cálculos e as provas. Ela disse que era seu tio. A professora disse a ela que aquele método era ultrapassado e que ela não precisava usá-lo.
Minha sobrinha me contou isso imediatamente quando chegou da escola, já que a professora mandou um bilhete para a mãe dela, pedindo que não a deixasse aprender matemática comigo, nesse método. Então instrui minha sobrinha a pedir para que a professora ao menos mostrasse como realizar uma operação matemática naqueles moldes que eu a estava ensinando. A professora se recusou em fazer isso dentro da sala de aula, na frente dos demais alunos.
Hoje minha sobrinha sabe as quatro operações, fazer a prova dos nove fora e porcentagem usada no comércio. O pai dela também é comerciante, seguindo a linhagem. Hoje ela usa os cálculos que aprendeu quando está fazendo vendas no comércio do pai dela.
FINALIZANDO COM MEU COMENTÁRIO
Talvez por não haver nada de produtivo nem interessante para se fazer dentro de uma sala de aula, os alunos fazem pouco caso do professor e da escola. Se fosse aplicada alguma técnica em que o indivíduo se sinta produtivo, valorizado, isso com certeza o estimularia e o tornaria mais participativo e o incitaria a se aprofundar no estudo. O que é auto estima? Hoje em dia existe um vasto campo para experiências e pesquisas sem que seja necessário ter laboratório nas dependências das escolas: o que está a nossa volta, fora da escola, é o laboratório. Nesse caso faz-se uma pergunta que se abre em leque e viram duas: Alguém realmente está a fim de aprender? Alguém realmente está a fim de ensinar?
Por exemplo, ninguém nasce sabendo falar. Alguém tem que o ensinar. O que no futuro sair da boca do indivíduo, será resultado do que ele ouviu no ambiente em que conviveu: família e escola. Se alguém recebeu de forma ruim uma informação, ele passará adiante essa informação, também de forma ruim. É simples de entender: Dentro do ambiente apropriado, qualquer pessoa desenvolve alguma coisa. É só experimentar as infinitas possibilidades. Sair da mesmice.
Afinal, o que está errado ou houve de errado? A resposta para uma pergunta dessas pode gerar uma explicação infinita, eu sei.
Anonymous
16 de maio de 2009 - 14:13Preparei um comentário, o qual desisti de postar, porque o conteúdo do que comentei não me fez sentir bem.
Não é conselho, somente uma sugestão: MUDEM!
COMISSÃO DE ESTUDOS DE ASSUNTOS EDUCACIONAIS DE MARABÁ
16 de maio de 2009 - 03:50Hei o cara passa 4 horas na escola, isso quando não mata aula, 8 horas na frente da TV 20 horas do dia fazendo sei lá o que e a culpa é do professor e a mídia que aliena estimula o consumismo coloca em choque os valores morais da sociedade e o traficante e a cafetina que espera na porta da escola no lugar dos pais ,que precisam trabalhar,e a polícia não vê e aqueles que não tiveram acesso a escola , porque, as condições financeiras não permitiam e os filhos da ditadura reprimidos que tiveram sua consciência extinta no berço. Se acha fácil vai dar aula e receber R$ 502,00 no final do mês, ai você paga aluguel , faz o supermercado, compra roupa e calçado e aí depois experimenta adoecer e ir até o posto de saúde conseguir uma consulta ,porque o dinheiro já acabou, e se não tiver o remédio que você precisa lá no posto come a receita talvez funcione.
Anonymous
15 de maio de 2009 - 20:58Assisti num canal de TV local, o apelo do presidente do SINTEPP junto a população, no sentido de os apoiar nessa luta. Se não me engano, ele invocou o lado “conscientizado” da população.
Chega ser hilário contar com a conscientização por parte do povo, já que o povo não teve essa disciplina na escola. A grande maioria do “povo” não sabe se passa a sua volta.
Cidadãos conscientes são formados ainda no seu período de vida escolar. Depois de passado esse período podem esquecer qualquer pretensão nesse sentido. Não encaixa mais na cabeça dele. Perdeu-se o interesse.
Um exemplo: se todos fossem conscientizados, politizados, com certeza esses tipos de administradores do bem público que temos hoje, jamais se elegeriam no meio de tanda gente da cabeça boa. E se fossem eleitos também seriam dotados dessas qualidades, o que os faria reconhecer que os professores merecem ganhar muito bem pela função que exercem, afinal foi o mestre que abriu a sua cabeça para o mundo. Os professores não estariam agora fazendo greve, pois os administradores seriam pessoas conscientes da importância do professor. Dá nisso que estamos vendo, não fazer a lição de casa bem feito. Ou será que o mestre tem medo de ensinar, ser superado e perder o lugar? Conjecturas a parte, vou continuar…
… agora, para ajudar na defesa de seus interesses, lembram e precisam do apoio do povo: do povo desinformado, massificado, desorientado, desrespeitado. Estão falando para as paredes.
O povão pensa logo que isso é queda de braço (como diz o título do post) entre poderes, briga política. Que isso como das outras vezes não vai dar em nada. Quer dizer, vai dar sim: em acerto, onde os que estão no “comando” de ambos os lados saem ganhando. E os “comandados” de ambos os lados, como sempre, não ficarão sabendo o que se passa ou passou, e como sempre voltarão para suas posições e a vida continuará do mesmo jeito. Afinal, também não sabem questionar aos seus comandantes.
Resumo da Ópera: um pano de fundo para que outros interesses sejam atendidos; pressão política com demonstração de poder de fogo para marcação de posições.
Como disse antes, o enredo já é conhecido. Uma pena!