O médico Raimundo Sobrinho, do Hospital Regional do Sudeste, envia e-mail fazendo esclarecimentos a respeito de problemas ocorridos naquela unidade de saúde. Na íntegra:
Acho que você deveria se informar melhor em relação ao funcionamento do Hospital Regional porque suas criticas podem acabar afetando os profissionais que aqui trabalham e que não tem nada a ver com disputas políticas. Em primeiro lugar, nós, médicos, nunca permitiríamos que o hospital funcionasse sem que tivesse condições de atender os pacientes; não iríamos colocar em risco nossa carreira por ninguém. O HRS, quando começou, não estava em funcionamento pleno, porém tinha todas condições da atender cirurgias de urgência em todas as especialidades. Na primeira semana foram feitas varias cirurgias, inclusive, esses pacientes fatalmente teriam que ir buscar atendimento fora se o HRS não estivesse funcionando.
A primeira neurocirurgia, por exemplo, foi realizada no dia 28/10, em um garoto que caiu de bicicleta e fez traumatismo cranioencefalico o que ocasionou um hematoma extradural e fratura do osso frontal no cranio. Se não tivesse sido operado logo poderia ir a obito ou ficar com sequelas importantes,. Depois disso foram feitas varias cirurgias neurologicas em pacientes vitimas de acidentes; cirurgias ortopédicas, bucomaxilofacias, inclusive, plástica reparadora no dedo de um paciente pobre que não teria a mínima condição de pagar seu tratamento.
Nós médicos não estamos aqui brincando. O caso da senhora (falecida no hospital, de 69 anos), não houve omissão médica, mas problema de comunicação. Aqui no Regional tem cardiologista com mestrado. Aliás, o único medico com mestrado na região inteira.
A maioria dos médicos veio de fora – por não ter profissionais de suas áreas na cidade -, e com equipes prontas para atendimento de alta e média complexidade.
Em relação ao atendimento na portaria , no começo sempre se registram muitos problemas, porque esse é um hospital de referencia para média e alta complexidade e as pessoas ainda não entendem que não adianta vir diretamente. O paciente tem que ser direcionado, senão o HRS perde sua função principal e passa a funcionar como mais um pronto-socorro que não é seu objetivo.