Como sabem, a chamada mata ciliar é uma formação vegetal localizada nas margens de rios, córregos, lagos, represas ou nascentes. A Mata Ciliar (ou de Várzea) é considerada pelo Código Florestal como “área de preservação permanente” e realmente é assim que tem de ser, permanentemente preservada, para que não acabe.
Mas será que isso acontece?
Em grande parte da extensão do rio Tocantins, no trecho de Estreito (MA) até Primeiro Cocal, também no Maranhão, as duas margens do rio vem sofrendo com a fragmentação da mata ciliar.
O repórter fotográfico Helder Messias, acompanhando a expedição da balsa de buriti, registra trechos da mata ciliar levada ao chão (fotos), transformando-se num fragmento muito frágil, onde devido a menor variação em seu biossistema, graves efeitos colaterais podem ocorrer, como por exemplo, a nascente do rio Tocantins secar, ou a qualidade da água ser afetada.
A formação vegetal mantida de pé faz com que o rio ou nascente d’água sobreviva, continue ativo, evitando o assoreamento, que é a deposição de sedimentos das margens no fundo do rio, diminuindo sua profundidade e modificando o sistema aquático – bem como dificultando o acesso às águas de forma a proteger o curso d’água contra agrotóxicos, por exemplo.
Há muito sabemos que a chamada mata ciliar está ameaçada, e na viagem que os expedicionários da balsa realizam, constata-se isso de perto, vendo a devastação, no dia a dia.
A maioria dos governos estaduais costuma tirar o corpo fora, ao declarar que reconstruir trechos de mata ciliar é demasiadamente complexo, pois devem ser levados em consideração diversos aspectos nativos da mata em questão e o processo de reconstrução ser extremamente lento.
Só que, uma vez destruída ou degradada, a mata ciliar nunca voltará a ser exatamente como era antes, e as consequências são irreversíveis.
Nadando contra a correnteza, o governo do Paraná realiza há vários anos um importante trabalho de recuperação da vegetação às margens de rios: o Programa Mata Ciliar.
Até agora, mais de 100 milhões de mudas foram plantadas às margens de rios, lagos e mananciais de abastecimento para garantir a recomposição florestal e a qualidade da água – beneficiando não só o meio ambiente, mas também toda população paranaense.
São duas as principais vertentes com as quais o Programa Mata Ciliar trabalha: a primeira é a recomposição da mata ciliar através do plantio de mudas de espécies nativas, e a segunda, é o abandono de áreas para que a vegetação se recomponha naturalmente.
O Programa Mata Ciliar cumpre também o seu papel no combate ao aquecimento global com o registro, até a presente data, da captura de mais de 1,5 milhões de toneladas de CO2.
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NB: Fotos de Helder Messias
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Atualização às 20:49 (26/04)
Mais fotos clicadas pelo repórter Helder Messias de devastação da mata ciliar
Plinio Pinheiro Neto
26 de abril de 2013 - 08:30Caro Hiroshi.
Não creio que seja essa a causa, pois mais de trinta anos atrás, quando as estradas ficavam interditadas no inverno eu viajava para Imperatriz trazendo gás de cozinha para os depósitos de Marabá e já me surpreendia com estas terras caidas e a explicação que tive, foi a de que o Tocantins ainda é um rio em formação, que ainda não encontrou seu leito definitivo, ao contrário do Araguaia e continua a cavá-lo.