O gado derruba a floresta.
Os projetos de assentamentos seguem o mesmo ritmo -, acelerado ainda mais em algumas áreas.
O gusa estimula o afogamento das matas com duas práticas predatórias: o corte das árvores e a emissão de gases estufa das carvoarias, interferindo em biomas cada vez mais desprotegidos.
Qual o pecuarista interessado em dedicar-se exclusivamente a investir no uso de pastagens degradadas?
Sonho.
Na conta de somar, sai mais barato pra eles avançar na floresta do que investir em mecanização e nutrientes do solo.
“Uma lógica garimpeira que não tem mais como se sustentar no tempo e no espaço”, como registra a diretora do Instituto de Florestas do Pará, Raimunda Monteiro.
João Lima
23 de janeiro de 2008 - 15:11É verdade que existe esse avanço sobre a floresta. O que não concordo, todavia, é com a visão “garimpeira”. Primeiro porque a floresta é renovável. Toda floresta tem um determinado grau de resiliência, coisa que o garimpo não possui, já que o ouro e até o petróleo não são renováveis.
Segundo, porque muito dos avanços não cresceram somente sob a pressão de quem, supostamente “garimpou” a floresta. Existe uma lacuna histórica da presença do Estado na região, como se constata até hoje. Outro fator importante é que a maioria das políticas públicas adotadas por determinados ministérios são completamente antagônicas a outras adotadas por outros ministérios, como se verifica atualmente, considerando o conflito INCRA X MMA X MME, e por aí vai.
O que derrota a resiliência da floresta é a demanda sobre a matéria-prima cada vez maior, cuja retirada tanto em volume quanto em freqüencia, dado o número de espécies e produtos reduzidos, é muito maior do que a flroesta consegue regenerar. Alia-se a isso, a falta de políticas direcionadas ao saneamento do passivo ambiental, que se muito, na garantia de pleitos, a pobreza e a devastação ajudam a “garimpar” votos.