Comentário de anônimo ao post Bandido é Bandido:
Em resposta ao comentarista defensor dos princípios de Talião, fica uma estorinha aqui, verdadeiramente real, ocorrido no seio de nossa família.
Há dois anos, a filha mais velha do poster, ao sair de casa, na Rui Barbosa, bairro do Reduto, por volta das 19 horas, foi manietada por três bandidos que atravessavam a rua e viram quando ela adentrou no carro do namorado, estava estacionado à frente de nosso prédio.
Tudo rápido. Um dos bandidos colocou o revólver na cabeça do rapaz, ao volante, enquanto os outros entravam no banco traseiro da camionete. Rodaram a cidade parando em caixas eletrônicos, nervosos. Em todos que iam, deixavam um bandido no veículo com a filha do blogger, ameaçada de ser morta caso o namorado procedesse de forma suspeita.
A situação agravava-se a cada parada nos bancos on line, sempre lotados de clientes. O rapaz, publicitário dos mais talentosos de Belém, sempre com um revólver discretamente colocado em sua cintura.
Dentro do carro, o marginal dizia horrores à nossa filha, que chorava, pedia pra não ser morta. E que não fizessem mal também ao seu parceiro.
Passavam das 22 horas. Em nenhum caixa eletrônico os marginais sentiram segurança de aguardar a operação de saque que exigiam do refém. Decidiram então sair da cidade.
Nesse espaço de tempo, começavam a dizer que iam matar os dois, revoltados por não terem sacado grana do banco.
No momento em que os bandidos abordaram o casal na Rui Barbosa, o namorado estava falando ao celular com um amigo, também publicitário, residente em Fortaleza. Ao sentir a arma na cabeça, exatamente quando baixava o vidro do carro para receber a namorada, ele deixou o aparelho de telefone cair no piso do carro, ligado, sem que os assaltantes notassem.
Do outro lado da linha, o amigo ouvia tudo o que se passava pelo celular que estava no piso do carro. Desesperado, sem poder fazer nada, tentava falar -, com a ajuda da esposa cearense fazendo ligações de seu fixo -, com os sócios do colega seqüestrado. Mesmo em Fortaleza, o rapaz conseguiu o telefone do secretário de Segurança que imediatamente acionou a polícia para tentar localizar algum carro supostamente seqüestrado.
Quando passaram pela Polícia Rodoviária Federal, em Ananindeua, sem que o veículo fosse parado, os bandidos alertavam da disposição de dar tantos tiros fossem necessários caso o casal tentasse denunciar o seqüestro no posto da PRF.
Na Alça Viária, próximo à ponte do Guamá, obrigaram o casal a tirar as roupas. Os dois, coitados, não tinham duvidas de que seriam mortos ali.
A sorte de ambos foi que ao longe, provavelmente de cima da ponte, apontou um veículo da polícia que seguia sentido Alça-Belém, com sirene e faróis de alerta ativados. O trio imaginou tratar-se de algum cerco, por terem sido descobertos. Largaram o publicitário à margem da estrada, e entraram em sua camionete, voltando para Belém, conduzindo a filha do poster em seu interior. Mais à frente, a largaram numa rua deserta de Ananindeua. E a camionete próximo ao Shopping Castanheira.
Por volta de uma da madrugada, a filha adentra numa residência, onde pede ajuda, coitada, quase sem roupa. E dali telefona para a mãe, que entra em desespero e comunica ao fato ao blogger, em Marabá. Imaginem o efeito desse tipo de notícia de seqüestro de uma filha, quando você encontra-se dormindo, numa madrugada qualquer da vida. Não é mole.
Vivemos, certamente, os momentos mais terríveis de nossas vidas. A esposa do poster e o filho mais velho, deixaram o apartamento da Rui Barbosa com destino ao endereço onde se encontrava a filha. Não largava o celular falando a cada instante com o blogger. A sensação era de que não encontraríamos nossa menina viva, apesar dos donos da casa que lhe deram guarida, informar do seu bom estado de saúde.
Tempos certeza de que as vidas dos dois publicitários, o ex-namorado e a filha, mudaram depois desse episódio. Ficamos meses acompanhando as investigações da polícia até a prisão dos bandidos, muito tempo depois.
Em nenhum momento, consideramos a justiça pessoal como solução. Nem pensamos em contratar justiceiros. E tínhamos motivos de sobra para isso, baseado na visão de alguns comentaristas.
Dever do Estado
Excerto pelo Juvencio Arruda do post de Francisco Rocha (Flanar), define com precisão esse tema, polêmico e destemperado, quando defendido apaixonadamente por alguns, vítimas da violência:
Francisco Rocha Junior
11 de janeiro de 2008 - 16:04Sonhador? Mas quem não é, das 22:01? Só que prefiro sonhos a pesadelos. E o que você propõe é o pior deles.
Hiroshi Bogéa
11 de janeiro de 2008 - 15:45Já está respondido no poster, parceiro.
Anonymous
11 de janeiro de 2008 - 01:01esse francisco é um sonhador e tem que defender a justiça, pois é dela que tira seus sustento,mas vc hiroshi, não se esconda e responda, e se tivesse acontecido o pior com tua filinha, qual seria a tua rapaz?
rribeiro
Hiroshi Bogéa
10 de janeiro de 2008 - 17:09Grande procurador, sua presença fortalece o blog.
abs
Francisco Rocha Junior
10 de janeiro de 2008 - 16:36Anônimos das 21:31, 10:49 e 12:40, faço-lhes uma pergunta, baseado na mesma lógica que vocês utilizam: e se, por acaso, o bandido fosse o filho ou a filha de algum de vocês? Como diz o ditado (que não me presta homenagem, ressalto), “pau que bate em Chico, bate em Francisco”.
A solução, definitivamente, não é a vingança privada. Não se iludam, porque isto não reduz a criminalidade; no máximo, aplaca a fúria imediata dos parentes da vítima, mas constitui novo crime, também punível pela lei. Só que quem se vinga não se considera bandido e não foge; assim, é preso, processado e acaba pagando ainda mais caro pelo desapreço à civilidade.
Anonymous
10 de janeiro de 2008 - 15:40pois eu sou totalmente a favor de matar tudo quanto é bandido(sequestrador, assaltante, estuprador e generos..) até porque nao tenho conhecimento de algum bandido que tenha sido preso e tivesse sido “consertado”. não existe isso, uma vez bandido, sempre bandido.
Anonymous
10 de janeiro de 2008 - 13:49Fiquei feliz posaber que o codigo de amurabi (lei de Taliao) faz parte de nossa Biblia.
Anonymous
10 de janeiro de 2008 - 00:31e se estivesse acontecido o pior: estupro, morte, porrada, será se prevaleceria a legalidade?
penso que esta esperiência teve um certo final feliz, mas se não tivesse?
o estado brasileiro é incompetente, falho, corrupto, moros, burocrata, etc etc e vc ainda acredita nele?
raimundo ribeiro