Na marra, como têm feito outras obras de grande vulto em Belém (Marquês, Duque e Orla), o prefeito Duciomar Costa está tocando as obras do BRT contra uma maré de insatisfeitos.
Hoje, como exemplo, foi instalada a primeira estação do BRT na Almirante Barroso (foto).
Se conseguir concluir o corredor do ônibus rápido antes do final de seu mandato, marcará pontos políticos com as camadas mais pobres – onde ele transita com extrema facilidade e aceitação.
Os infortúnios e desconforto de agora, diante dos revoltantes engarrafamentos no trecho das obras, serão esquecidos rapidamente – como os marabaenses esqueceram o sofrimento de longas esperas na pior fase de conclusão da duplicação da Transamazônicas, nas imediações da ponte sobre o Itacaiúnas.
Do jeito que está ocorrendo na Estrada Nova, onde entregou mais ou menos dois quilômetros de orla e urbanizou a primeira etapa do Projeto de Macrodrenagem da Bacia – sempre levando no grito, peitando com determinação quem se opõe a obras que – pode até ser por linhas tortas -, gerarão inclusão social, queiram ou não seus críticos.
Da última vez em que o poster esteve na nova Bernardo Sayão, só ouviu elogios ao prefeito entre moradores da avenida, no trecho que vai das ruas Veiga Cabral a Oswaldo de Caldas Brito – no momento em que os jornais da cidade e alguns blogues baixavam o sarrafo em Duciomar, criticando a anunciada inauguração de parte da obra sem a conclusão de calçadas e outros detalhes.
O que o blog ouviu de quase todos foi a constatação – dos moradores – de que dezenas de prefeitos já ocuparam a prefeitura de Belém e nenhum deles, segundo depoimentos, “se preocuparam com a gente”.
Bom lembrar que a bacia da Estrada Nova é ocupada por mais de 200 mil pessoas.
O Duciomar parece que só trabalha sob pressão.
O poster recorda das cipoadas que ele levou quando decidiu retirar os camelôs da Presidente Vargas, em plena campanha pela reeleição dele. Chegamos a admitir que ele estava praticando harakiri político, tal a comoção que a operação de desocupação da avenida provocara entre alguns formadores de opinião.
Que nada, o cara bateu de frente com o corporativismo dos interesses dos negociantes de barracas de camelôs, enfrentou ações do Ministério Público, mas se reelegeu.
A constatação lógica, agora, diante de três obras de inclusão social (Orla, Nova Bernardo Sayão e BRT), sem discutir aqui seus desacertos ou vícios de origem, – alguns sob suspeita de irregularidades em licitações, etc -, é a de que esses empreendimentos pautarão os futuros prefeitos.
Ou eles prosseguem na extensão das mesmas, ou sofrerão rigoroso julgamento da população.
A conferir.