A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) condenou o assassinato do jornalista Décio Sá no Maranhão, além da morte de Noel Alexander Valados Decoto, apresentador de televisão em Honduras. A SIP disse que Décio Sá é o quarto jornalista morto no Brasil este ano, e pediu às autoridades que investiguem o crime com prontidão e profundidade para desvendar responsabilidades.
O jornalista foi assassinado na segunda-feira quando se encontrava em um bar em São Luís.
O presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação da SIP, Gustavo Mohme, expressou sua solidariedade com os familiares e colegas do jornalista. “Justo no mesmo dia em que concluímos nossa reunião semestral, na qual destacamos que os crimes contra jornalistas continuam sendo um dos principais problemas enfrentados pela imprensa nas Américas, foi assassinado outro comunicador em nossa região”, acrescentou.
Décio Sá era repórter do jornal O Estado do Maranhão e em seu blog costumava escrever com estilo crítico sobre a política estadual. Não se conhece o motivo do assassinato, mas não é descartada a possível relação com sua atividade jornalística, segundo a organização com sede em Miami.
Um oficial de Segurança Pública do Maranhão considerou que o comportamento do assassino, que nem sequer ocultou o rosto, indica que ele ingressou no local com a intenção expressa de executar o jornalista.
Em Honduras, Valados Decoto, apresentador de televisão, foi assassinado no mesmo dia que Décio Sá, junto de outras duas pessoas que o acompanhavam. As autoridades averiguam os motivos do crime, assim como a identidade dos autores, informou a SIP.
Bom registrar que ameaças a jornalistas e blogueiros não visam apenas a extinção de suas vidas.
Paralelo ao terror que se espalha no entorno daqueles que lutam para denunciar desmandos e a safadeza dos poderosos, a participação de alguns representantes do Judiciário nesse processo está se tornando regra. Em quase todos os municípios brasileiros, há juízes interessados em intimidar a atividade jornalística com decisões equivocadas, sentenciando uns ao pagamento de indenizações descabidas e ameaçando outros com a censura direta.
De repente, parece estarmos voltando ao período de chumbo vivido não faz muito tempo pelos brasileiros,
João Dias
25 de abril de 2012 - 12:10Na época do chumbo grosso, pelo menos sabíamos com quem estávamos lidando e, mais, o Estado era de Exceção. Agora, acreditamos seja, Democrático de Direito. Assim sendo, cantemos:
Liberdade sem mordaça.
Liberdade!, Liberdade!
Abre as asas sobre nós
E que a voz da igualdade
Seja sempre a nossa voz,
Liberdade!, Liberdade!
(Liberdade, Liberdade, Dudu Nobre – SE/89)
sem mordaça
É provável que o tempo faça a ilusão recuar
Pois tudo é instável e irregular
E de repente o furor volta
O interior todo se revolta
Faz nossa força se agigantar
(Mordaça, Eduardo Gudin)
sds. democráticas
Marise Morbach
25 de abril de 2012 - 10:54Hiroshi não voltamos ao período de chumbo mas ainda seguimos comandados pelas oligarquias rurais e políticas que, no caso do Maranhão, estão muito longe de ser eliminadas. O Maranhão é um caso escandaloso de conivência entre oligarquias e judiciário. No Pará não estamos longe, vide a indicação para o Tribunas de Contas dos Municípios.
Marise, você foi muito mais pontual, e realista. Abs