Início dos anos 70, ditadura tenebrosa no encalço dos artistas brasileiros, país vivendo os primeiros anos do AI-5 com sua liberdade totalmente suprimida, um desses pais de santo que todo início de ano fazem previsões catastróficas, rigorosamente nunca confirmadas, surge na imprensa dizendo que Caetano Veloso, exilado em Londres, morreria naquele ano.
Em 72, ao lançar o álbum mais polêmico de sua discografia, Veloso responde ao jogo de búzios do pai de santo mentiroso, compondo a canção que batiza o título do álbum, Araçá Azul.
Letra suscinta, enxuta, construindo imagem de fé na vida.
Araçá Azul é sonho-segredo
Não é segredo
Araçá Azul fica sendo o nome mais belo do medo
Com fé em Deus eu não vou morrer tão cedo
Araçá Azul é brinquedo
Lívia Rodrigues Mesquita
20 de fevereiro de 2012 - 13:11“Morre lentamente quem não troca de idéias, não troca de discurso, evita as próprias contradições.
Morre lentamente quem vira escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajeto e as mesmas compras no supermercado. Quem não troca de marca, não arrisca vestir uma cor nova, não dá papo para quem não conhece.”
Aquele que vive como um verdadeiro “curinga”, nunca imune a sentimentos, é o verdadeiro artista no palco da “vida”. O curinga não morre lentamente. Ele sequer morre!