É revoltante estar sempre anunciando as deficiências do Ibama no combate a danos ambientais. Neste momento (20:25), por exemplo, agentes do instituto não tem como enfrentar com o mínimo de eficiência o fogo que se alastra pela Floresta Nacional de Carajás, ameaçando atingir a área da reserva indígena Xikrin do Cateté, no limite dos municípios de Parauapebas e Água Azul do Norte, no Sudeste.
O Ibama está se virando para encarar o fogo utilizando apenas um helicóptero que não está equipado com as ferramentas exigidas. Em situações idênticas, no mínimo três aeronaves seriam necessárias.
Passa ano, entra ano, e o governo repetindo a mesma cantoria de que o Ibama não tem estrutura, faltam recursos humanos e financeiros.
Hiroshi Bogéa
8 de setembro de 2007 - 02:02A prova dessa perda de foco pela construção de escudos sócio-ambientais é o perfil dos projetos de EIA-RIMA que a mineradora vem apresentando para o Serra Leste e a Hidrelétrica de Barcarena -, ambos rejeitados em quase sua totalidade pelo Ministério Público Estadual.
Você está corretíssimo em sua observaçào, Alencar.
Apareça mais, parceiro.
Um bom domingo pra você e Araceli.
JOSÉ DE ALENCAR
8 de setembro de 2007 - 01:15Meu caro Hiroshi.
1 Lamentamos o incêndio da Floresta Nacional de Carajás, a grande mancha verde que sobrou da Floresta Amazônica no Sudeste do Pará.
2 Conforme o Plano de Manejo da Floresta Nacional de Carajás e respectivo regimento interno, a prevenção e combate a incêndios é de responsabilidade da Companhia Vale do Rio Doce, que para esse fim se obrigou a ter planos, inclusive de emergência.
3 O ritmo frenético da exploração mineral em Carajás parece ter provocado um efeito colateral grave, que é a perda de foco em um dos pilares que sustentava a política de responsabilidade socioambiental da Vale, exatamente a preocupação com o meio ambiente, do trabalho inclusive. Os acidentes de trabalho, quase sempre envolvendo trabalhadores terceirizados, estão se tornando cada vez mais freqüentes, nas minas e fora delas. Se a Vale enfraquecer o pilar do meio ambiente, como vem enfraquecendo, isso põe em risco sua própria sustentabilidade, se não tanto em relação ao mercado chinês, pouco exigente, mas com certeza em relação ao mercado europeu. Não é por outra razão que ela faz pressão sobre as guseiras. Agora vai ter que fazer direitinho, como vinha fazendo até então, o próprio dever de casa.