Na região Sul, as taxas equiparam o Brasil ao seleto grupo de países desenvolvidos, cuja distribuição de médicos, por mil habitantes, está dentro do aceitável.
Já na região Norte, somos parecidos aos países africanos.
Pelo menos é essa a conclusão da pesquisa Demografia Médica no Brasil realizada pelo Conselho Federal de Medicina, e divulgada agora à tarde, situando dados gerais e descrições de desigualdades, nessa seara.
Apesar do Brasil estar vencendo a pobreza, o atendimento à saúde do brasileiro mostra-se irredutivelmente distante da realidade que sonhamos.
Diante dos números do CFM, algumas considerações do blog:
Primeiro, urge medidas urgentes para o aperfeiçoamento na formação do médico; fim da abertura indiscriminada de faculdades de medicina; e a adoção, por parte dos governos, de políticas públicas que fixem especialistas nas periferias dos grandes centros urbanos e nas pequenas cidades.
Essas colocações são temas, quase sempre, de fóruns de Saúde Pública.
Os ministérios da Saúde, Educação, Planejamento e Fazenda precisam trabalhar em conjunto para melhorar a qualidade da saúde oferecida à população. A saúde precisa ter orçamento próprio e, uma das saídas, a imediata regulamentação da Emenda Constitucional 29, que define os percentuais que os governos federal, estaduais e municipais devem investir na área que se encontra morfando em alguma gaveta do Congresso Nacional.
Há uma outra medida a ser contemplada, como ação lógica para melhorar a qualidade do atendimento médico, principalmente nas regiões mais pobres: a adoção do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV).
Fala-se muito, e nada se realiza, sobre a necessidade, também urgente, dos gestores nos estados e nos municípios adotarem política de estado para a saúde, a fim de evitar a interrupção dos programas a cada troca de gestor.
Sobre a necessidade de se fixar o médico nas periferias dos grandes centros urbanos e em regiões remotas, médico amigo do pôster assegura: – “O que fixa é a residência médica, remuneração adequada e condições técnicas e tecnológicas para o médico trabalhar”.
Ainda sobre a relação entre a oferta e a demanda de médicos no País, a pesquisa do CFM mostra que a maioria desigual distribuição de médicos no Brasil está nos grandes centros urbanos e na faixa litorânea do Brasil.
O estado que apresenta a melhor distribuição de médicos entre capital e interior é Santa Catarina, onde não há nenhuma cidade sem esse profissional. A pior distribuição está nas regiões Nordeste e Norte.
Cuiabá, Macapá, Teresina, Belém, Porto Velho, Rio Branco, Boa Vista, Palmas, São Luiz, Maceió, Salvador, Campo Grande e Brasília têm menos de 3 postos de trabalho médico ocupados no SUS por 1.000 usuário do serviço público.
ANONIMO
1 de dezembro de 2011 - 08:17Poucos sabem,mas ,o médico é uma das engrenagens apenas ,do sistema,para que se tenha saúde na população,o conceito de saúde(não é apenas a ausencia de doença ou mal organico,mas é o bem estar fisico,mental e social)diz tudo,portanto ,a presença do médico pode não ser a solução,tem que vir junto com:boa alimentação,água tratada,rede de esgotos,coleta adequada de lixo,moradia digna,emprego e salário também dignos,hospitais equipados/laboratório/RX e outros meios de diagnóstico por imagem,etc Uma equipe medica capacitada(sim; o médico só faz seu trabalho se sua equipe for toda bem preparada)é muito importante dentro desse contexto.No que diz respeito ao medico,ainda tem o seu lado pessoal(não adianta tapar o sol com peneira,isso é real)familiar/esposa/filhos/educação/e outros . Além disso,modernamente,se faz saúde com prevenção,evita-se que o cidadão adoeça e prioriza-se aqueles casos em que o mal fora inevitável.È tudo muito complexo;ainda tem a política ,que sempre caminha junto com tudo isso;portanto as soluções só virão à longo prazo,mas tem que haver um início,seriedade e transparencia ajudariam muito.