Formando exatamente um triângulo, como mostra a foto, o bairro do Cabelo Seco é o começo de tudo.
No encontro do rios Itacaiúnas (à esquerda) com o majestoso Tocantins, Francisco Coelho aportou em 1913 e construiu a Casa Marabá, espécie de mercearia onde ele vendia de cachaça a mantimentos. As más línguas comentam que o maranhense criou ali também o primeiro rendez-vous. Ou a primeira casa de tolerância do município. Ou o bordel de nossos tempos.
Entre todo tipo de mulheres que freqüentavam as casas do pequeno lugarejo, destacavam-se fornidas negras de cabelos pixaim com quem os machos trabalhadores da roça das redondezas, aos finais de semana, adoravam se relacionar.
– Vamos ver as “cabelos seco”, diziam, em cima de embarcações rumando à vila de Francisco Coelho.
Hoje, Marabá completa 95 anos, acomodando em seu território 250 mil pessoas de todas as raças e credos distribuídas em quatro cidades: Nova Marabá, Cidade Nova, Velha Marabá e Morada Nova.
Marabá, certamente, é a cidade mais democrática do mundo.
Aqui é a terra das oportunidades. Há espaço para tudo. Até para ser feliz.
Que não é pouco, nos dias atuais.
——–
atualização às 21:11
Corrigida por amigo comum, a frase exata dita à época pelos homens que buscavam diversão às proximidades da “Casa Marabá”:
– Vamos ver as mulheres de “cabelos seco”.
Por isso o bairro ficou com essa denominação até hoje. Oficialmente, chama-se Francisco Coelho, mas a consagraçào popular nunca foi vencida.
Anonymous
8 de abril de 2008 - 15:46Completando , abraços ao Jeso tb que como eu sofre de uma paixão incurável.Dá-lhe Fogo.
Tadeu
Anonymous
7 de abril de 2008 - 20:04Hiroshi,
Além do texto a foto tá bonita tb .
Trabalhei em N1 no Carajás em 77-78 e fiz muito pouso em Marabá pra subir a serra me lembro que na cheia a cidade enchia e todo mundo ia pra cidade nova(alta) e isso era comum pra população local o que me causava estranheza .Ainda é assim????
Na época a cidade vivia os conflitos agrários , a riqueza da serra pelada e traduzia em minha opinião em formação um Brasil de contradições que o Brasil desconhecia.
Temo que 30 anos depois , após inclusive o aporte de amigos e políticos ; com os quais varamos madrugadas “beijando a saia da manhã” como poeticamente descreves no blog a seguir no governo e no exercício dele ; a situação socioeconomica de contradições , exclusões e conflitos só tenha se aprofundado e o Brasil ;isso eu sei ; continua não sabendo nada desse continente perdido que é a Amazonia.
Temo constatar que façamos infelizmente parte de mais uma geração perdida , sonhadora mas perdida.
Abraços
Tadeu
Hiroshi Bogéa
6 de abril de 2008 - 04:56Outro pra ti, Miguel.
Anonymous
6 de abril de 2008 - 01:56Parabens, linda e saudosa Marabá,pelos seus 95 anos.Tenho imenso orgulho, de ser Marabaense.
Um Abraço Hiroshi.
.Miguel Cunha Filho.
Hiroshi Bogéa
6 de abril de 2008 - 00:25Nilson, em parte você tem razão. Mas há uma nova cultura sendo implantada em diversos segmentos do município, principalmente na área de responsa social. Incipiente, mas há.
Marabá sempre viveu de desafios. esse, certamente é um deles a ser superado.
Valeu, parceiro.
Agradecimentos pela sua lembrança.
Hiroshi Bogéa
6 de abril de 2008 - 00:22Grande botafoguense Jeso,em nome de nosso torrão, agradecimentos sinceros.
Sua terra também é maravilhosa, bem sei.
abs
Anonymous
5 de abril de 2008 - 19:52Hiroshi,
Concordo que a cidade seja uma das mais democráticas do mundo,senão a mais.
Porém, talvez por essa característica mesmo, seja a mais mal amada.
É só olharmos suas ruas, o lixo de seus moradores, suas construções,suas obras públicas(mal conduzidas, sem controle de qualidade), seu lazer,suas empresas,que usufruem da cidade o máximo que podem para faturar, e muito pouco, mas muito pouco mesmo, dão algo em troca( não conheço nenhuma que divulgou seu balanço social), enfim, tudo que possa ser considerado para que uma cidade tenha vida saudável e ofereça o mesmo a seus cidadãos.
Quantos migrantes que já fizeram a vida aqui e construiram patrimônio em suas cidades de origem?
Aos 95 anos, se fosse um cidadão,
com certeza, o mesmo poderia querer cidadania e a cidade, o que será que quer?
Talvez ser amada.É preciso amar a cidade!
Nilson.
Roberto C. Limeira de Castro
5 de abril de 2008 - 19:20Majestosa Capital do portentoso e rico Estado de Carajás. Quem viver, verá! Parabéns Marabá! Tens um futuro grandioso na geopolítica Amazônica e brasileira.
Jeso Carneiro
5 de abril de 2008 - 13:42Parabéns pelo texto, Hiroshi! Parabéns, Marabá, pelo aniversário. 95 anos de luta!