A Câmara Municipal de Nova Ipixuna tem em pauta a votação do relatório encaminhado pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) para aprovação ou rejeição da Prestação de Conta do ex-prefeito Edson Alvarenga, referente ao ano de 2008.
O caso, no entanto, está ceifado de irregularidades, porque essa prestação de contas contém documentação fraudada, conforme denunciou este blog na edição desta sexta-feira, 13.
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A princípio, a prestação de conta do ex-prefeito foi reprovada pelo TCM.
Edison Raimundo Alvarenga, posteriormente, interpôs um Pedido de Revisão do julgamento das referidas contas junto ao mesmo Tribunal de Contas onde tivera suas contas rejeitadas.
O tribunal exigiu, então, por ausência de alguns documento essenciais a sua aprovação, que fosse apresentados contratos e notas de empenhos das despesas do ano de 2008.
Até aí, tudo bem.
Só que, dentre os documentos faltantes no primeiro julgamento das contas reprovadas, há um contrato firmado entre a prefeitura de Nova Ipixuna e Auto Posto Fran LTDA , originário do Pregão Presencial 001/2007, processo licitatório realizado ainda na gestão anterior do ex-prefeito José Pereira de Almeida (Zezão).
No entanto, explica-se que a contratação da referida empresa Auto Posto Fran não teria sido concluída por discricionariedade do gestor da época.
Para melhor entendimento: o citado Pregão Presencial 001/2007 já teria sido concluído, porém a contratação com o Auto Posto Fran LTDA, não.
Já prefeito do município, Edison Raimundo Alvarenga realizou despesas de compra de combustível junto a empresa Auto Posto Fran LTDA no ano de 2008 em valor superior a R$ 1.100.000,00.
Então, para ter suas contas aprovadas pelo Tribunal de Contas, Alvarenga deveria apresentar o contrato assinado.
E isso ele fez, apresentando uma via do contrato firmado entre a prefeitura de Nova Ipixuna-PA e a empresa Auto Posto Fran LTDA com assinatura que supostamente seria do ex-prefeito José Pereira de Almeida.
E é aí que aparece a encalacrada.
O contrato original que se encontrava no processo licitatório na sede administrativa da prefeitura de Nova Ipixuna estava sem qualquer assinatura, mas no contrato apresentado no Tribunal de Contas dos Municípios o documento mostra uma assinatura aposta no contrato com grosseira divergência da assinatura do ex-prefeito José Pereira de Almeida.
O ex-prefeito já disse que a assinatura não é dele.
O cartório de Notas e Registro de Imóveis em Marabá atestou em ata notarial que também não é.
Na próxima segunda-feira, o blog publicará o documento do cartório atestando a fraude).
Abaixo, estampamos pints de três situações.
Na primeira, o documento original sem nenhuma assinatura ( via original do Processo Licitatório Pregão Presencial 001/2007)
A outra, logo abaixo, documento recebendo a suposta assinatura do ex-prefeito Zezão, totalmente diferente da verdadeira usada em atos administrativos e em sua vida cotidiana.
E, finalmente, a assinatura verdadeira.
Observem como são discrepantes os traços da grafia da falsa para a verdadeira.
Até para falsificar o documento, autores do crime não tiveram vergonha da fazer o serviço da “pior qualidade”.
Esse escândalo político envolvendo falsificação de documento numa prestação de contas de um ex-gestor público pode ganhar rumos inesperados.
E de difícil previsão, os efeitos negativos que ele trará à vida daqueles que estão envolvidos na bandalheira.
O caso deverá parar nos tribunais de Justiça, porque já existe mobilização silenciosa de uma associação e de um sindicato locais visando acionarem juridicamente o ex-prefeito, e vereadores.
Uma Ação Popular contra Edison Alvarenga e contra alguns vereadores já está sendo preparada, para ser impetrada caso a Câmara Municipal aprove a prestação de conta com documento fraudado.
A realidade é que a população de Nova Ipixuna não merece viver mais essa humilhante situação de ter alguns de seus ex e atuais representantes envolvidos em bandalheiras
O exercício da cidadania pressupõe indivíduos que tenham orgulho de saber que seus votos foram bem representados, e não usados para o favorecimento pessoal desse ou daquele ser político.
Um dos direitos mais importantes do cidadão é o de não ser vítima da corrupção.
A falsificação de documentos públicos é um dos atos mais vergonhosos e lamentavelmente braço da corrupção ativa.
De qualquer modo que se apresente, a corrupção é um dos grandes males que afetam o poder público, principalmente o municipal.
E também pode ser apontada como uma das causas decisivas da pobreza das cidades, principalmente cidades de pequeno porte, como é o caso de Nova Ipixuna que sobrevive exclusivamente dos repasses constitucionais já que o município não tem atividade econômica capaz de fazer frente às suas demandas..
A corrupção corrói a dignidade do cidadão, contamina os indivíduos, deteriora o convívio social, arruína os serviços públicos e compromete a vida das gerações atuais e futuras.
Os que compartilham da corrupção, ativa ou passivamente, e os que dela tiram algum tipo de proveito, devem ser responsabilizados.
Não só em termos civis e criminais, mas também eticamente, pois os que a praticam de uma forma ou de outra fazem com que seja aceita como fato natural no dia-a-dia da vida pública e admitida como algo normal no cotidiano da sociedade.
O blog vai continuar acompanhando esse caso vergonhoso, publicando mais documentos que comprovam a fraude na prestação de contas que se encontra na Câmara Municipal de Nova Ipixuna, aguardando o momento de ser votada.
Vai cobrar, mais forte ainda, do Tribunal de Contas dos Municípios, que atendeu a um pedido de revisão de uma prestação de contas, reformando decisão anterior baseada em documento fraudado.
Vem aí documentos do cartório de Marabá ratificando a fraude na assinatura do ex-prefeito Zezão, e outras comprovações.