Durante anos e anos, toda a comunidade marabaense aguardou o mágico momento de um processo que pudesse modificar a realidade econômica da região.
A sonhada verticalização da produção mineral sempre objeto da expectativa maior, era motivo de debates, pronunciamentos contundentes – enfim, era a manifestação expressa verbalmente pela classe política, nas ocasiões oportunas, nos encontros sociais e políticos.
Cerca de dez dias passados, informalmente chega a ACIM a afirmação da retirada do PAC os recursos para investimentos na hidrovia Araguaia-Tocantins, fato que, confirmado, afeta diretamente todos os empreendimentos do Sul do Pará, entre eles, derrocagem, dragagem, porto público, etc.
Diz a rádio cipó que a decisão é presidencial.
Checada no DNIT, a informação infelizmente procede.
Em diversos artigos anteriores, palestras, encontros empresariais esse tema era referência. Afinal, tão importante quanto a ALPA, quanto ALINE, quanto SINOBRÁS é sem dúvida a hidrovia do Tocantins.
Essa obra, sem sombra de dúvidas, será responsável de fato pela configuração multimodal de transporte em Marabá e também pela possibilidade da diversificação da base produtiva. Oferta de transporte com custos diferenciados e competitivos para o setor produtivo.
Responsável pelo projeto de prazo mais longo, entretanto essencialmente importante – o corredor de escoamento da produção industrial e do agronegócio do centro –norte.
Aspectos que certamente justificaram e aceleraram a dinâmica pela conclusão das eclusas de Tucuruí. Afinal, sem a navegação, para que terminar tal gigante de concreto!?
Melhor seria ter o desenho de um elefante, de concreto… e branco.
Na verdade, eclusas e hidrovia representam o movimento indutor de todo o universo empreendedor que deverá se instalar na região, o que contempla de forma direta a economia de todos os municípios do entorno. A ausência da derrocagem, dragagem e portos é a ausência da hidrovia em sua concepção plena. Postergar a obra, compromete, inviabiliza muitos ou todos eles.
Exemplo dessa condição está registrada na ACIM.
Nos últimos meses, a cidade foi objeto de diversas prospecções empresariais significativas. Em comum, o objeto da busca. Área propícia para instalação de portos.
Dentre outras empresas de vulto nacionais, demonstraram interesse em investir no município, a WV Logística, Hidrovias Brasil, Linave, Cimentos Nassau, e Petrobrás.
Uma preocupação que incomoda: exceto a manifestação registrada pelo Senador Flexa Ribeiro, não se observou por aqui, no futuro Estado do Carajás, interesse local, iniciativa local, agrupamento local, debate local, busca local ou seja lá o que for, mas que fosse local, qualquer manifestação por esse assunto -, de tamanha importância para a vida de todos.
A ACIM tentou e continua tentando, agrupar vozes interessadas em sensibilizar as autoridades para que a obra da hidrovia não seja postergada. Mantivemos contatos com deputados federais, estaduais, membros do governo estadual, ex-governadores, dentre outros.
Pessoas que de forma direta ou indireta possam se interessar pela defesa de um dos maiores projetos de desenvolvimento dessa região.
Como resultado desses contatos, o deputado Giovanni Queiroz deverá, em audiência com a Ministra Ideli Salvati, encaminhar o assunto.
O ex-deputado Paulo Rocha de igual forma alinhará junto com o deputado Beto Faro, líder de governo e Zé Geraldo, um possível encaminhamento de reunião da bancada do PT com membros do governo federal.
Vamos aguardar.
Continua aberta a inscrição de aliados.
Texto: Italo Ipojucan, Presidente da Associação Comercial e Industrial de Marabá.
Paulo lima
17 de agosto de 2011 - 14:18É lamentável a decisão do governo DILMA, porem é notável que o governo do estado não liga muito pra nós marabaenses, pois essa questão teria que ser defendida por esses políticos.