Outro post do blog de melhor projeção analítica do país, sobre o que o Datafolha arquiteta para a próxima pesquisa presidencial:
No pé da coluna de hoje da insuspeita Dora Kramer, do Estadão, está a informação que só alguém bem próxima do demotucanato poderia obter de que houve mudança de planos na campanha de José Serra de começar o horário eleitoral em empate técnico com Dilma Rousseff. Escreve a colunista, que os tucanos já esperam que a pesquisa Datafolha, “para eles a única totalmente confiável”, aponte uns cinco pontos percentuais de vantagem para Dilma.
O número bate com o do Ibope e o presidente do instituto, Carlos Augusto Montenegro, já cantara que o Datafolha iria se alinhar. Ficou difícil tapar o sol com a peneira, já que cada pesquisa estadual mostra Dilma na frente, e, nacionalmente, só o Datafolha, com suas miraculosas ponderações, sustentava um fantasioso empate técnico.
Ontem já tinha comentado aqui outra nota, de Ilimar Franco, em O Globo, que dava informação semelhante, dizendo que um integrante do comando da campanha de Serra já encontrava explicação para uma eventual vantagem de Dilma no Datafolha.
Mas como os colunistas pró-Serra costumam soltar balões de ensaio é melhor não esperar nenhum mea culpa do Datafolha. Afinal, essa é a última pesquisa que poderá segurar Serra, já que com o início da propaganda eleitoral, Dilma tende a disparar, enquanto o tucano deve descer a ladeira. Assim, o Datafolha pode extrair mais uma ponderação extraordinária, ao menos mantendo Serra ainda próximo de Dilma,e os colunistas dirão, “surpresos”, que o horário eleitoral começa em igualdade de condições.
Como aconteceu em 2002 e 2006, a grande imprensa se encaminha para mais uma grande derrota, o que revela sua perda de poder na formação da opinião política do povo brasileiro, que hoje conta com outras ferramentas de informação, além de saber distinguir, sem que ninguém lhe diga, quem está a seu lado de quem sempre o ignorou.