Quem informa é a repórter Vera Saavedra Durão, do Valor Econômico:
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Vale tenta tirar do papel investimentos de US$ 9 bi em aço
O plano de siderurgia da Vale que prevê a construção de três usinas no país até 2014, que gerou tanta polêmica no governo Lula, continua de pé, apesar de ter sofrido atrasos e alguns reveses. A mineradora projeta investir diretamente no negócio quase US$ 9 bilhões na construção de unidades de aço nos estados do Ceará, Pará e Espírito Santo. Até agora, porém, apenas a unidade do Nordeste está saindo do papel.
Trata-se da Companhia Siderúrgica de Pecém (CSP), que será erguida no Complexo Portuário de Pecém, próximo de Fortaleza, tendo a Vale como majoritária com 50% e as coreanas Dongkuk e Posco como sócias com 20% e 30%, respectivamente. O empreendimento está orçado em US$ 4,8 bilhões, dos quais a Vale entrará com a metade e os demais parceiros com percentuais correspondentes a sua participações societárias. A produção será toda exportada: de um lado, parte para as coreanas abastecerem suas laminadoras na Coreia do Sul; de outro, a Vale vai destinar placas para a Califórnia Steel, sua controlada nos Estados Unidos.
A CSP já firmou um contrato de US$ 4,4 bilhões com uma empresa “epecista”, a Posco Engineering Construction (PEC), braço de construção pesada da Posco, o que tornou o projeto “equacionado”, segundo informou ao Valor o diretor global da Vale para a área siderúrgica, Aristides Corbellini. A PEC fechou contrato com os acionistas da CPS, assumindo o compromisso de pôr o complexo siderúrgico em operação no segundo trimestre de 2015, com produção de 3 milhões de toneladas de placas de aço anuais para exportação.
Dos três projetos, o da Aços Laminados do Pará – Alpa, usina de aço a ser erguida em Marabá (PA), é o mais polêmico, dado seu viés político. Ele nasceu de uma exigência feita pela ex-governadora Júlia Carepa (PT), do Pará, com apoio do presidente Lula, aos acionistas da Vale, gerando atrito entre o ex-presidente e Roger Agnelli, então CEO da mineradora. O empreendimento por enquanto é 100% Vale e está estimado em US$ 5 bilhões.
O projeto engloba também uma unidade de laminados ao lado da usina de placas, que vai exigir mais US$ 1 bilhão. Esta unidade, porém, terá a Aços Cearense, uma empresa privada nordestina, participando com 75% como sócia majoritária da Vale na produção de laminados destinada ao mercado doméstico. As 2,8 milhões de toneladas de placas serão usadas na laminadora e uma parte exportada.
A ausência de solução logística para a Alpa impediu até agora que o conselho de administração da Vale aprovasse o projeto paraense, razão pela qual não foi cotado no orçamento de 2012. “A solução logística está em mãos dos governos federal e estadual”, informou Corbellini. “Como ela ainda não existe, não fixamos uma data para a usina entrar em operação. Mas a partir do marco zero, quando a logística estiver pronta, estamos preparados para construir a usina em 48 meses. Calculo que ela possa começar a produzir lá por 2018”.
Segundo o executivo da Vale, o que tem que ser feito pelo governo federal, é uma obra de “derrocamento” (explosão de pedras) num trecho do Rio Tocantins chamado Pedral do Lourenço, cheio de pedras que na seca impede as embarcações de certo calado de navegarem na hidrovia. As obras incluem também ampliação do porto de Vila do Conde, pois será ali que irá escoar a produção da Alpa. A Vale pretende construir um porto no litoral do Pará para completar esta infraestrutura logística.
Recentemente, o governo federal, através da ministra do Planejamento, Miriam Belchior, anunciou que vai realizar as obras do Tocantins e dragar o rio viabilizando a navegação durante o ano inteiro na hidrovia que considera fundamental para o polo industrial de Marabá, município paraense onde será erguida a Alpa.
Os rumores de que a Vale teria abandonado o projeto da Alpa foram contestados por Corbellini. “Já gastamos, até agora, em estudos de viabilidade e de engenharia, seleção de equipamentos e terraplenagem total de US$ 260 milhões. Já terraplenamos 85% do terreno, mas há um lote que precisa ser desapropriado pelo governo estadual, o lote 11”.
O procurador geral do Estado do Pará, Caio Trindade, acredita que o governo do Estado consiga a desapropriação do lote 11 ainda este mês. Trindade disse que o dono do lote recorreu e ganhou de uma decisão do Tribunal de Justiça do Pará, que deu emissão de posse do lote ao governo em fevereiro. “Agora recorremos de novo e esperamos sair vitoriosos”.
O projeto mais novo de usina de aço da lista da Vale, o da Companhia Siderúrgica de Ubu – CSU, no Espírito Santo, também avaliado em US$ 5 bilhões, só será desenvolvido, segundo informou Corbellini, com um sócio majoritário. “Queremos ter só 20% deste negócio”.
getulio l. guimaraes
12 de agosto de 2017 - 16:41É muito legal ver os comentários e a reportagem daquela época, 2012. Quantas insanidades e demencia politica nós nos propomos a financiar. Hoje, 2017, vemos o Estelionato eleitoral se mobilizando para repetir-se com a tal ferrovia Paraense. è triste.
Junior Muf
29 de agosto de 2012 - 02:10*humildemente
Junior Muf
29 de agosto de 2012 - 02:06Os interesses da Vale nessas bandas do Pará são absolutamente escusos. Pode até ser que eles comecem a enxergar na ALPA novas chances de mega faturamentos, mas esse não é e nunca vai ser o principal negócio da Vale. O cara ali em cima matou a pau, o projeto ALPA só se deu por conta de acordos e interesses meramente políticos. Enquanto a Vale puder protelar a implementação das etapas seguintes do projeto ALPA, a Vale vai continuar protelando. É preciso que algum interesse primário da Vale seja atingido, que de alguma forma a principal atividade da companhia, a mineração, seja prejudicada, só ae eles tocarão o projeto adiante.
E na boa cara, se esse projeto tem algo de bom pra população local é a geração de emprego e renda, do ponto de vista ambiental e até mesmo social, o projeto ALPA sempre foi um fracasso. Há, umildemente aconselho a todos a não darem ouvidos as notícias midiáticas sobre a ALPA. Governo e Companhia farão o possível para manipular as informações enquanto isso for necessário.
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10 de abril de 2012 - 00:11ANdre, se água mineral fosse um bom negócio, com certeza haviam grades mineradoras explorando. Tanto é, que a água Carajás tá capenga faz tempos. Qualquer mané que entra lá vê que faz tempo que o dono não investia na empresa. Agora, ele quer se aproveitar da situação e pedir um valor de Mega sena acumulada.
A solução é fácil: O Governor devia era pegar a declaração de IR dos últimos 5 anos e avaliar conforme o valor declarado. Nada mais justo do que pagar pelo que o do no avalia né? Só que neste caso, eu duvido que ele iria querer. Taí uma sugestão pra vc levar pra ele, já que com certeza são próximos. Sugere a ele de tornar publico o valor declarado para o IR da empresa, pra to do mundo ver o quanto ela vale. Quem save assim ele não consigo apoio da opinião publica.
Marcelo, se o S11D triplicar o lucro da Vale, só se ela for mto burra pra ficar empacando a ALPA, pois nestas condições, ela sairia é barata. Eu acho que a questão é mais política do que financeira mesmo. Uma ALPA como cala boca não custa nada pra Vale.
Clementine
9 de abril de 2012 - 22:49ALPA, ALPA, ALPA…
Não aguento mais ouvir isso!!!
Meu povo vamos viver como se a Alpa não existisse. Procurar formas de melhorar nossa terrinha, tadinha, tão abandonada.
A Vale tá em crise, saiu dos trilhos. Mesmo se tivesse tudo bem, a Vale não é confíavel.
Se eu pudesse daria um chute na bunda da Vale.
Anônimo
9 de abril de 2012 - 18:52Parabéns Marcelo Melo,,, disso tudo
ANdre
9 de abril de 2012 - 18:18Que desculçpa mediocre. O lote 11 novamente. Todos sabemos do interesse da Vale no lote 11. A Vale está interessada em furtar a agua do dono e terceirizar o serviço para empresa sua, ou seja, tomar a força, pelo estado, uma concessao de jazida para nao ter que pagar por ela.
Assim aconteceu com a sua privatização. Fiquem ligados. A Vale quer tudo de graça para implantar este projeto pois a mesma nao tem interesse em vir para Marabá e sim ficar em Pecem.
marcelo melo
9 de abril de 2012 - 13:32o projeto que o capital tem pra esta região, está voltado pra mineração! A vale não tá nem ai com porra de verticalização da produção
nem com ALPA não! a vale está prestes a construir o maior projeto de ferro do mundo que é o S11D! com esse projeto a estimativa é que ela triplique seus lucros! é nisso que ela está interessada!
quem é que vai querer ficar gastando grana com siderurgia sem ter nem certeza se vai dar certo, isto porque as obras de infraestrutura até hoje continuam incertas, mesmo com a garantia de derrocagem do pedral do lourenção!
A Vale só tomou a iniciativa de fazer a ALPA como forma de troca de favor politico ao PT na época, e pra mostrar que tá fazendo muito pela região acertando as contas com as elites Politicas e economicas daqui! essas são as duas classes famigeradas que a vale não pode desagradar! os politicos e os empresarios! mas a classe pobre ela faz o que quer! e ninguém fala nada! então esse danilo tem que parar de reproduzir discurso de que o povo tem que se mobilizar, de que o povo tem que se mexer! a maioria da população não sab nem o que é a ALPA, muito menos o que está em jogo! e vocês ficam querendo atingir seus objetivos particulares usando o nome da população em geral! Ah! faça-me um favor!
vocês querem que a vale faça a ALPA até o fim do Ano? façam campanhas,
Paralisem judicialmente ou de outra forma, se possivel o projeto S11D, e imponham que só toque pra frente depois que terminar a ALPA ai vocês vão ver rapidez com que a vale trabalha quando ela tem interesse em algo!
Danilo Fronchetti
9 de abril de 2012 - 12:44ALPA Já !
A População de marabá e região devem se mobilizar e precionar a VALE para a ALPA seja implantado já ! Do contrario a região sofrerá sérias consequências .